cientistas açorianos

Neste artigo, fica a conhecer 16 Cientistas Açorianos que te vão encher de orgulho, desde as áreas da Medicina, Biologia, Geologia, Mineralogia, Meteorologia, Vulcanologia e Paleontologia.

 

No dia 24 de Novembro celebra-se o Dia Nacional da Cultura Científica e também o Dia Mundial da Ciência, e a equipa editorial do Top Azores decidiu dar-te a conhecer alguns cientistas da nossa terra que nos enchem de orgulho.

É importante fazer esta ressalva: Muitos mais cientistas haverá, mas na impossibilidade de os colocarmos todos, e esta não ser, de todo, a nossa área de estudos, corremos sempre o risco de deixar “para trás” muitos cientistas brilhantes.

Por isso, se conheceres algum cientista açoriano com trabalhos de investigação importantes, não te coíbas de comentar aqui ou na nossa página do Facebook.

 

1. José Curry da Câmara Cabral (1844-1920)

Foto: O Ocidente, n.º 748 de 10 de Outubro de 1899

Nasceu na cidade da Horta, ilha do Faial. Foi um médico, lente de medicina da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e um dos mais afamados investigadores e professores portugueses na área das ciências médicas.

Matriculou-se, em 1864, na Escola Médico-Cirúrgica, em Lisboa, e obteve a sua licenciatura, em 1869, com a dissertação «As feridas articulares e a cirurgia conservadora».

Após a licenciatura, exerceu as funções de cirurgião no Hospital de S. José, em Lisboa. Foi nomeado director da enfermaria em 1885 e em 1900 foi promovido a enfermeiro-mor, a que correspondia a direcção clínica daquele hospital.

Entretanto iniciou a sua carreira académica, exercendo o cargo de lente da Secção Cirúrgica da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, sendo-lhe confiada a regência da cadeira de Anatomia Patológica.

Publicou numerosas obras de natureza científica e académica, tendo sido um dos redactores da revista Medicina Contemporânea, um Hebdomadário de ciências médicas que se publicou em Lisboa em 1883. A sua fama como cientista e como professor de ciências médicas levou a que fosse nomeado membro de várias associações científicas, nacionais e estrangeiras. Também colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente nas revistas Brasil-Portugal e Serões (1901-1911).

Foi o principal impulsionador da instalação em Lisboa de um hospital para tuberculosos e outros pacientes de doenças infecto-contagiosas.

 

2. Francisco de Arruda Furtado (1854-1887)

Foto: Direcção Regional da Cultura

Nasceu em Ponta Delgada e faleceu na freguesia da Fajã de Baixo, no mesmo concelho. Foi colaborador de Carlos Machado, contribuiu para a fundação do Museu de Ponta Delgada (1880) e incluiu o grupo de naturalistas açorianos que veio a organizar-se em torno desta instituição.

Elaborou diversos projectos de investigação científica com o objectivo de encontrar a origem das espécies ocorridas no arquipélago dos Açores. Para tanto, dedicou-se aos moluscos terrestres, por serem considerados mais próprios aos estudos zoogeográficos do que as aranhas, de que se ocupara durante algum tempo.

O seu interesse pelo estudo das plantas, dos animais e da geologia aumentou desde que Darwin publicou a sua obra Origin of Species by Means of Natural Selection (1859).

Como seguidor da Teoria Evolucionista, entendia que o elevado número de endemismos açorianos estava em desacordo com a previsão teórica, rejeitando a possibilidade de haver espécies introduzidas em apenas algumas ilhas, e que estes endemismos se deviam a estados diversos de modificação de uma espécie, e não uma espécie em si.

Para Furtado, os efeitos da insularidade deviam influenciar também o homem açoriano que estava completamente por estudar do ponto de vista antropológico, falha que tentou colmatar ao se dedicar à Antropologia.

Com o objectivo de divulgar as espécies açorianas enviou aranhas a Eugène Simon, coleópteros e hemípteros a Maurice Sédillot, a Richter Lajos e a A.L. Montandon, convidando Edmond Perrier e Odo-Morannal Reuter a estudar minhocas e poduros, respectivamente. Para conhecer a distribuição de algumas plantas, e numa iniciativa a que não foram alheios os conselhos que recebeu de Charles Darwin, com quem correspondia, remeteu dois pequenos herbários a J. Hooker.

Furtado publicou dezenas de artigos científicos e de divulgação dos Açores, em Lisboa, em Paris e em Londres.

 

3. Alfredo Bensaúde (1856-1941)

Foto: Instituto Superior Técnico de Lisboa

Foi um mineralogista, engenheiro e professor universitário, reformador do ensino tecnológico em Portugal no início do século XX. Foi o fundador e primeiro director do Instituto Superior Técnico em Lisboa.

Nasceu em Ponta Delgada, onde fez os seus estudos preparatórios, prosseguindo-os na Alemanha, onde fez os seus preparatórios e depois o curso de engenharia e, posteriormente, obteve o grau de doutor em Filosofia na especialidade de mineralogia. A sua tese versa a cristalografia do mineral perovskite, então descoberto na Rússia, e foi premiada e publicada pelo governo alemão.

Foi professor de Mineralogia e Geologia no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, onde introduziu os métodos laboratoriais de ensino. Foi também o introdutor em Portugal do ensino da cristalografia e das modernas técnicas de petrografia.

Indo morar em Ponta Delgada, após o falecimento de seu pai, continuou a colaborar em diversas instituições locais e a dedicar-se ao estudo da mineralogia açoriana. Neste período descreveu a açorite, um mineral aparentado com o zircónio comum nas rochas vulcânicas. E publicou também múltiplos artigos sobre assuntos da sua especialidade e trabalhos sobre reforma pedagógica do ensino das ciências naturais e de engenharia.

 

4. Raul Bensaúde (1866-1938)

Foto: Clinica de la Proctologia

Nasceu na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel. Fez licenciatura na universidade de Estrasburgo e doutoramento em Medicina em Paris, com a tese «Le phénomène de l’agglutination des microbes et ses applications à la pathologie». Distinguiu-se mundialmente como especialista das doenças do aparelho digestivo e destacou-se como iniciador da proctologia. O seu nome ficou associado ao de Pierre-Émile Launois ao propor uma explicação para a adeno lipomatose simétrica, actualmente conhecida como de Launois-Bensaúde.

Exerceu funções de professor na Faculdade de Medicina de Paris, integrou as comissões de redacção dos Archives des Maladies de l’Appareil Digestif et de la Nutrition, e científica de Internationale Beiträge sur Pathologie und Therapie der Ernährungsstörungen.

Especializou-se em doenças do aparelho digestivo, tendo sido responsável pelo aperfeiçoamento de aparelhos e técnicas de rectossigmoidoscopia. É autor de numerosos trabalhos científicos que se encontram publicados em revistas da especialidade.

Raul Bensaúde publicou em colaboração com colegas cerca de uma centena de trabalhos sobre doenças dos aparelhos respiratório, digestivo e cardiovascular, do sistema linfático e afecções do sangue, cutâneas e sifilíticas.

 

5. Rui Teles Palhinha (1871-1957)

Foto: Topa Tudo

Nasceu na cidade de Angra do Heroísmo, ilha Terceira. Foi um Botânico e Professor Universitário a quem se deve a exploração sistemática da flora açoriana. Formou-se em Filosofia na Universidade de Coimbra, em 1893.

Foi professor em Santarém, onde foi Presidente da Câmara Municipal (1899-1900). Foi também Reitor do Liceu Camões, Director da Escola Normal Superior de Lisboa, tendo ensinado Metodologia Especial das Ciências Histórico-Naturais. Na Universidade de Lisboa foi professor e director da Faculdade de Farmácia, assim como professor da Escola Politécnica, actual Faculdade de Ciências, na qual foi secretário e dirigiu a Biblioteca e o Jardim Botânico.

Explorou todo o país em busca de novas espécies ou exemplares botânicos dedicando atenção especial à flora dos Açores, percorrendo com o naturalista Luís Sobrinho todas as ilhas, excepto o Corvo.

Muitos dos escritos de Palhinha – resultantes, sobretudo, das excursões botânicas aos Açores realizadas em 1934, 1937 e 1938 sob a sua direção – incidiram sobre as plantas do arquipélago.

No outono de 1957, trabalhava ainda no manuscrito dum catálogo dos espermatófitos açorianos, quando morreu num brutal acidente de viação, impedindo-o de ultimar essa obra de que se ocupava com tanto entusiasmo e que considerava a pedra-de-fecho dos seus estudos acerca da flora dos Açores.

 

6. José Agostinho ‘Tenente Coronel’ (1888-1978)

Foto: Núcleo Filatélico de Angra do Heroísmo

José Agostinho, mais conhecido por Tenente Coronel, nasceu na freguesia de São Pedro, concelho de Angra do Heroísmo, ilha Terceira. Foi um militar de carreira que se distinguiu como meteorologista e naturalista de renome internacional. Publicou algumas centenas de artigos sobre meteorologia, sismologia e biologia em matérias referentes aos Açores, além de ter realizado mais de uma centena e meia de palestras radiofónicas sobres elas.

Na sua carreira militar integrou o Corpo Expedicionário Português enviado para França durante a I Guerra Mundial. Pelo seu desempenho na frente de batalha foi condecorado com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe e com o Grau de Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada.

Terminada a guerra, regressou aos Açores, sendo colocado em 1918 como observador no Observatório Meteorológico de Ponta Delgada, trabalhando em estreita colaboração com o naturalista e Coronel do Exército Francisco Afonso de Chaves, então director do Serviço Meteorológico dos Açores.

Quando em 1926 o Coronel Afonso de Chaves faleceu, sucedeu-lhe no cargo, o qual sob a sua direcção sofreu uma grande expansão, passando a dedicar-se também a observações do campo magnético terrestre e a estudos de aerologia. Paralelamente foi-se afirmando como sismologista e naturalista, passando a corresponder-se com alguns dos principais naturalistas do tempo, recolhendo espécimes da fauna e flora dos Açores.

Nesta fase publicou numerosos trabalhos científicos e integrou diversas comissões internacionais nas áreas de geomagnetismo e geoeletricidade, de estudo da alta atmosfera e de meteorologia sinóptica.

Com a extinção do Serviço Meteorológico dos Açores, por integração no Serviço Meteorológico Nacional, passou a meteorologista-chefe daquela instituição.

Para além da sua actividade como meteorologista profissional e como naturalista, exerceu uma extensa actividade de divulgação científica, tendo realizado centenas de palestras, incluindo uma longa série que foi radiofundida pela Rádio Clube de Angra.

Agostinho interessou-se também por assuntos de história e de etnologia, publicando diversos artigos sobre temáticas dessa área, sendo inclusive Presidente do Instituto Histórico da Ilha Terceira de 1955 a 1957.

 

7. Armando da Cunha Narciso (1890-1948)

Nasceu na freguesia da Urzelina, concelho das Velas, ilha de São Jorge. Foi médico, hidrologista, investigador e escritor.

Foi um dos maiores peritos em termalismo na sua época, defendendo a criação da disciplina de hidrologia médica nos cursos de Medicina e o estudo sistemático, utilizando os métodos de investigação científica, dos efeitos das águas termais sobre a saúde, matéria sobre a qual publicou uma vasta obra.

Licenciou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em 1917. Dois anos depois, obteve o grau de doutor em Medicina Sanitária e Hidrologia e especialidade em Medicina Interna.

Foi professor do Instituto de Hidrologia e Climatologia e assistente na Faculdade de Medicina de Lisboa e médico do Hospital Universitário de Santa Marta.

Empreendeu o estudo científico e a divulgação das aplicações sanitárias das águas termais, campo em que foi pioneiro e alcançou prestígio internacional. Foi também pioneiro da promoção do turismo em Portugal.

Fundou e dirigiu a revista Clínica, Higiene e Hidrologia (1935), tendo publicado cerca de 150 artigos sobre medicina, hidrologia, climatologia e turismo, alguns dos quais foram consideráveis notáveis comunicações científicas.

 

8. Aurélio Quintanilha (1892-1987)

Foto: Biblioteca Digital da Botânica

Nasceu na freguesia de Santa Luzia, Angra do Heroísmo. Fez os preparatórios de Medicina, em Coimbra, e frequenta o mesmo curso na Faculdade de Medicina em Lisboa, onde acabou por “trocar” pelo curso de Ciências Histórico-Naturais, concluindo a licenciatura em 1919 com distinção de 20 valores!

No mesmo ano, lecciona as aulas teóricas e práticas das disciplinas de Botânica Médica e Morfologia e Fisiologia dos Vegetais, na Faculdade de Ciências de Coimbra.

Em 1926, doutorou-se em Ciências Histórico-Naturais com a tese «Contribuição ao estudo de Synchytrium». No ano seguinte, desempenhou os cargos de Director do Laboratório Botânico e de Secretário da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.

Em 1943, é-lhe atribuído, pela Academia das Ciências de Lisboa, o prémio Arthur Malheiros, pelo trabalho «Doze anos de citologia e genética dos Fungos». No mesmo ano parte para África para dirigir os serviços de investigação e experimentação da Junta de Exportação do Algodão, em Lourenço Marques, e é nomeado diretor do Centro de Investigação Científica Algodeira em Moçambique.

Entre 1921 e 1960, Quintanilha publicou 47 trabalhos científicos e colaborou com muitos outros.

 

9. Herculano Amorim Ferreira (1895-1974)

Foto: App Parlamento

Nasceu na então vila, actualmente cidade, da Lagoa, na ilha de São Miguel, em 1895. Foi físico, professor universitário, meteorologista e político, tendo sido o primeiro director do Serviço de Meteorologia Nacional.

Após concluir o curso de Engenharia Militar, em 1916, participou como oficial de engenharia no Corpo Expedicionário Português que combateu na I Guerra Mundial. Após esta, ingressou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, na qual fez o doutoramento em Ciências, em 1930.

Entre 1928 e 1937, foi professor catedrático da Escola do Exército e estagiou no Imperial College of London. Foi professor catedrático de física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (1930-1965).

Em 1936 foi um dos fundadores do Núcleo de Matemática, Física e Química, tendo-se empenhado no sentido de se constituir em Portugal um grupo credível de investigadores na área de ciências exactas. Em 1937 é nomeado director do Instituto Geofísico da Universidade de Lisboa. Nessas funções é encarregado de estudar a reestruturação dos serviços portugueses de meteorologia e de geofísica, estudo que concluiu em 1946 e conduziu à criação do Serviço Meteorológico Nacional, instituição na qual foi o seu primeiro director, sendo um dos primeiros promotores da investigação climatológica em Portugal.

 

10. Frederico Machado (1918-2000)

Foto: Rádio Pico

Nasceu na cidade da Horta, ilha do Faial. Foi professor universitário e engenheiro, que se distinguiu na investigação vulcanológica dos Açores e da tectónica da Zona de Fractura Açores-Gibraltar.

Licenciou-se em em 1941 em engenharia civil no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. De regresso aos Açores, foi professor de Matemática no Liceu Dr. Manuel de Arriaga e colaborou de 1946-59 com o Serviço Meteorológico dos Açores, revelando-se progressivamente um conceituado investigador nos campos da sismologia e vulcanologia. Sobre estes temas publicou os primeiros trabalhos científicos em revistas da especialidade, sendo notável a sua actividade durante a erupção do Vulcão dos Capelinhos.

Ficaram então célebres, até pelas vidas que terão sido poupadas, os estudos e previsões a que foi chegando e que o levaram a aconselhar o Governador do Distrito da Horta, na altura, que mandasse evacuar de suas casas os habitantes na noite de 12 para 13 de Maio de 1957, antes que os edifícios ruíssem totalmente, o que viria a acontecer.

Entre 1963 a 66, exerceu a sua actividade no actual Centro de Geologia do Instituto de Investigação Tropical, e de 66 a 68, foi Investigador Sénior no Departamento de Geologia e Mineralogia da Universidade de Oxford.

Em 1982, passou a integrar como Professor Catedrático, o Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro. Aí, a par da sua intensa actividade de investigação, leccionou Introdução à Matemática Superior, Física Matemática, Topografia e Geodesia, Sismologia, Vulcanologia e Geofísica.

Participou em inúmeras reuniões científicas, congressos e simpósios, fez imensas visitas de estudo a locais de interesse vulcanológico em várias zonas do mundo e publicou 135 títulos datados de 1945 a 2004.

 

11. Alexandre José Linhares Furtado (1933)

Foto: Centro Cirúrgico de Coimbra

Nasceu na freguesia da Fajã de Baixo, concelho de Ponta Delgada, ilha de São Miguel.

Realizou o seu curso médico na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo-se licenciado com a nota final de 19 valores!

Recebeu o prémio Pfizer (1964) e doutorou-se pela Universidade de Coimbra no ano seguinte com a tese «Regeneração hepática experimental – alguns aspectos cirúrgicos», o qual foi muito apreciado pela comunidade científica internacional.

Em 1967, iniciou a sua actividade à frente do Serviço de Urologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, já com o projecto de dar início à transplantação renal.

Em Junho de 1969, perante a generalizada surpresa dos meios médicos portugueses, chefia a equipa médica que realiza em Portugal a primeira transplantação renal. A colheita dos rins foi feita por um dador vivo. A colheita de rins de cadáver e a primeira transplantação renal de cadáver só se veio a realizar em Junho de 1980, com pleno êxito.

Igualmente se devem ao seu dinamismo e espírito científico, a introdução de terapêuticas médicas complementares ou neoadjuvantes na área oncológica. Merece referência especial a terapêutica hormonal neoadjuvante no carcinoma da próstata, que ao permitir o downstaging da doença, pode transformá-la numa indicação para a cirurgia radical prostática curativa.

 

12. Victor Hugo Forjaz (1940)

Foto: Azores Digital

Victor Hugo Lecoq de Lacerda Forjaz nasceu na cidade da Horta. É vulcanólogo e Professor Catedrático jubilado do Departamento de Geociências da Universidade dos Açores. É licenciado em Ciências Geológicas, pela Faculdade de Ciências de Lisboa, Doutorado em Vulcanologia de Engenharia e Agregado em Geotermia pela Universidade dos Açores.

Tirou as especialidades em Riscos Geológicos e Vulcanológicos e em Ciências Geotérmicas.

Foi Director do Programa Geotérmico dos Açores durante 15 anos. Foi também Director do Projecto Geotérmico do Vulcão do Fogo (Universidade dos Açores), Coordenador do Projecto Furnas – Vulcão Laboratório Europeu e da Rede Universitária de Vigilância Vulcânica e Sísmica, base do sistema de vigilância Geológica do Arquipélago. É o actual presidente da Direcção do Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores.

Co-fundador da International Society of Planetology e fundador do Instituto de Geociências dos Açores. Em 1985, foi co-fundador do Centro de Vulcanologia do Instituto Nacional de Investigação Científica. Co-representante nacional na Rede Europeia de Vulcanologia.

Como bolseiro e congressista, ao longo dos anos, efetuou missões científicas aos vulcões na Europa continental, Islândia, América do Norte, América Central continental, Antilhas, Havai, Indonésia, Filipinas, Japão, etc. Foi e é um estudioso apaixonado da erupção submarina do Vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial, e da Serreta, na ilha Terceira.

Victor Hugo Forjaz é autor e co-autor de 150 publicações sendo referência de editoras europeias, assim como também correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e da Academia de Marinha.

 

13. António Frias Martins (1946)

Foto: OVGA

Nasceu na freguesia de Água d’Alto, concelho de Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel. É Doutorado em Ciências Biológicas, pela Universidade de Rhode Island (EUA), Catedrático Jubilado da Universidade dos Açores, onde foi foi Director do Departamento de Biologia, Pró-reitor para a Ciência e fundou o centro de investigação CIBIO-Açores, que dirigiu durante 10 anos.

Especializado em Sistemática e Evolução em Moluscos, é também interessado em biodiversidade e conservação nos Açores. Organizou workshops internacionais para pesquisa malacológica, bem como congressos sobre ciência e conservação do legado natural açoriano.

Foi Presidente da Unitas Malacologica – Associação Mundial de Malacologia, e publicou centenas de artigos de especialidade em revistas internacionais e nacionais. Foi nestes artigos que descreveu 15 novas espécies para a ciência, 10 das quais endémicas para os Açores, enriquecendo todo o conhecimento da biodiversidade do arquipélago.

 

14. Luís da Rocha Monteiro (1962-1999)

Foto: Ana Veloso e Bob Furness. Na foto, o investigador segura uma espécie endémica de Painho que viria a ostentar o seu nome.

Foi um dos mais promissores investigadores da sua geração e apesar da sua juventude, assumiu um lugar de destaque entre os criadores de ciência em Portugal.

Tendo dedicado a sua vida à protecção do ambiente e aos estudos das aves marinhas nos Açores, distinguiu-se no campo da Ornitologia, Ecotoxicologia Marinha e Conservação da Natureza.

Doutorou-se em 1996 na Faculdade de Ciências da Universidade de Glasgow tendo como orientador o Prof. Robert Furness, após a sua licenciatura em Engenharia do Ambiente em 1985 pela Universidade de Aveiro.

Pertencia ao Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores onde foi eleito membro do Senado e Conselho Científico, sendo também representante da Região Autónoma dos Açores na Comissão Interministerial para as Alterações Climáticas.

Na sua produção científica contava com cerca de 45 artigos e notas publicados em revistas da especialidade, tendo ganhado em 1998 o prémio IMAR-Luiz Saldanha, atribuído a jovens cientistas portugueses, pelo melhor artigo em ciência marinha publicado na revista internacional “Environmental Toxicology and Chemistry”, com o título “Accelerated increase in mercury contamination in North Atlantic mesopelagic food chains as indicated by time-series of seabird feathers” (Incremento acelerado da contaminação por mercúrio nas cadeias alimentares mesopelágicas do Atlântico Norte detectado através de séries temporais de penas de aves marinhas).

Os seus estudos no campo da ornitologia levaram-no à descoberta de uma nova espécie no Açores – que ostenta o seu nome, Painho-de-Monteiro (Oceanodroma monteiroi) – descrita na revista científica Ibis por uma equipa internacional.

Infelizmente, faleceu no desastre aéreo de 11 de Dezembro de 1999, em que o avião da companhia SATA Air Açores se despenhou na ilha de São Jorge, matando todos os 35 ocupantes.

 

15. António Félix Rodrigues

Foto: DR. Aqui, Félix Rodrigues examina as relheiras da Passagem das Bestas

Concluiu Ciências do AmbienteRamo Poluição pela Universidade dos Açores em 2001. É Professor Auxiliar na Universidade dos Açores. Publicou 20 artigos em revistas especializadas e 95 trabalhos em atas de eventos, possui 8 capítulos de livros e 2 livros publicados. Possui 6 softwares e outros 18 itens de produção técnica.  Recebeu 6 prémios e/ou homenagens. Actua nas áreas de Ciências Naturais com ênfase em Ciências da Terra e do Ambiente, Engenharia e Tecnologia com ênfase em Engenharia do Ambiente, em Física, em Ciências da Educação e em Ciências da Comunicação. Nas suas actividades profissionais interagiu com 195 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos.

Félix Rodrigues é conhecido pela sua convicção de que os Açores já foram habitados 400 anos antes da vinda dos portugueses, estudo esse publicado na revista científica internacional Archaeological Discovery, que afirma que a actividade humana existe pelo menos desde o século XI na ilha Terceira, conclusões retiradas após o estudo sobre os materiais vulcânicos acumulados nas relheiras da Passagem das Bestas, localizada na Caldeira Guilherme Moniz, no lugar do Cabrito, mesmo no centro da ilha, que teriam pelo menos 1000 anos.

O seu nome também esteve envolto em polémica emSetembro de 2018, quando a Câmara Municipal da Praia da Vitória o processou pelos presumíveis danos patrimoniais à Praia Ambiente e dos danos não patrimoniais à Praia da Vitória. A razão do processo deve-se à publicação do artigo de opinião do cientista “O semi-incompreensível Relatório do LNEC de Junho de 2018”, publicado no Diário Insular de sete de Setembro de 2018, acerca das conclusões do “Relatório de Progresso, 2018: Análise e acompanhamento dos trabalhos de reabilitação para melhoria da situação ambiental envolvente aos furos de abastecimento de água do concelho de Praia da Vitória, Açores”, emitido do pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Segundo o município, Félix Rodrigues, ao longo dos últimos meses e anos, proferiu várias declarações acerca da qualidade e da segurança da água distribuída para consumo público na Praia da Vitória, em especial, relativamente aos valores do Vanádio na água da Praia da vitória, que garantem ser naturais e não perigosos para a saúde pública. Já para o cientista, a contaminação de solos e aquíferos na Praia da Vitória exige uma intervenção imediata, em vez de sensibilização, alegando que está a provocar problemas de saúde pública, nomeadamente cancro.

É desde Março de 2021, Presidente da EDA Renováveis.

 

16. Sérgio Ávila (1967)

Foto: DR

Natural da ilha do Pico, Sérgio Ávila é Mestre e Doutor em Biologia pela Universidade dos Açores (Ponta Delgada), onde leccionou várias disciplinas entre 1996 e 2001. Especializado em Biogeografia e Paleontologia de moluscos marinhos litorais, interessa-se também pelos fenómenos evolutivos em ilhas oceânicas e em montes submarinos. É autor de várias dezenas de artigos em revistas internacionais e nacionais e de mais de 30 comunicações orais em Congressos Científicos Internacionais.

Participou já em 18 expedições científicas e organizou nos Açores vários Workshops internacionais para estudar os fósseis da ilha de Santa Maria, bem como Congressos internacionais relacionados com esta temática.
Desde Junho de 1998 que colabora com a Secção de História Natural do Museu Carlos Machado na atualização da classificação taxonómica da coleção de moluscos marinhos dos Açores. Em 1999 iniciou na Universidade dos Açores a investigação na área da Paleontologia, da qual é o actual responsável.

 

Ressalvamos, novamente, que muitos mais cientistas açorianos haverá. Este artigo visa apenas servir como uma pequena montra do que de bom e do melhor os nossos açorianos fazem em prol dos vários ramos científicos.

A maior parte da informação foi retirada do livro Açorianos Ilustres, de Augusto Cymbron, com edição da Letras Lavadas, que poderá adquirir na nossa loja online na seguinte ligação: https://www.letraslavadas.pt/loja/biografia/acorianos-ilustres/

 

Desejamos a todos os cientistas, açorianos ou não, muita força e dedicação, e que nos encham, ainda mais, de orgulho!

 

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