artesanato dos açores

Nos Açores desenvolveram-se técnicas de trabalho artesanal de tradições seculares. O Artesanato dos Açores tornou-se sui generis devido à utilização de materiais como madeira, a lata, o dente e osso de baleia, a escama de peixe, o basalto, o barro ou a folha de milho.

Neste Top Azores damos-te a conhecer mais um pouquinho sobre a mestria das nossas artesãs e dos nossos artesãos.

 

Confecção de bonecas

 

Bonecos de Pano Regionais

Foto: CRAA. Artesã: Marta Furtado. Ofício Luísa Flores (São Miguel)

Feitos em pano são, como a própria designação indica, miniaturas que reproduzem o trajar típico das gentes açorianas. Artefactos que, de há muito tempo, perderam a função lúdica para se assumirem como evocação de uma das mais valiosas parcelas da cultura tradicional local, dão a conhecer os trajes que, agora, só podem ser vistos, envergados por elementos de grupos etno-folclóricos.

 

Bonecas de elementos vegetais

Alguns elementos vegetais que foram introduzidos nos Açores, como o milho, o trigo e o dragoeiro deram origem à produção de artefactos de natureza decorativa, como as flores e as bonecas.

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesão: Paulo Melo (São Miguel)

Para a confecção das bonecas de folha de milho, as folhas são escolhidas, secas e, quando necessário, ripadas e, por vezes ainda, tingidas. Existe, ainda, a preocupação de seleccionar as folhas mais brancas e de utilizar as “barbas” para reproduzir o cabelo da boneca.

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesão: M. Evangelho (Pico)

Pelo mesmo processo se confeccionam as originais e elegantes bonecas de folha de dragoeiro, principalmente, na ilha do Pico, que representam uma arte tradicional e tipicamente açoriana de trabalhar as fibras vegetais e constituem apreciadas peças de ornamentação em ambiente rústico.

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesã: Conceição Pereira (Pico)

A palha de trigo, dourada e flexível, resultante do processo de preparação da matéria-prima, que inclui rachar o canudo de trigo, pode ser entrançada, manualmente, e cosida em espiral, ou até tecida no tear, dando origem às bonitas bonecas de palha de trigo. Com o auxílio de tesoura, de cola, de agulha e de imaginação, criam-se pequenas figuras representativas da vida rural, como por exemplo a mulher do campo, da vida religiosa, ou até da vida quotidiana e da memória colectiva, ilustradas nas figuras da aristocracia local.

 

Os bordados à mão, rendas e tricô

 

Bordado branco / cru

Foto: CRAA. Artesão: João Pereira. Ofício Luísa Flores (Terceira)

Vulgarmente conhecido por bordado a branco popularizou-se na ilha Terceira onde as bordadeiras locais dão características peculiares a esta variante do bordado inglês e madeirense, por privilegiar os pontos Richelieu e cheio, enriquecendo-o com os tradicionais ilhoses, que lhe conferem maior harmonia e leveza.

Toalhas, lençóis, fronhas, colchas e napperons são algumas das peças que compunham o enxoval das noivas da elite terceirense e que agora são a principal oferta do mercado têxtil açoriano com projecção nacional e internacional, principalmente o mercado britânico, o primeiro a interessar-se por estes trabalhos.

 

Bordado a matiz

Foto: CRAA. Artesão: Mário Reis Rodrigo. Ofício Luísa Flores (São Miguel)

O bordado típico de São Miguel caracteriza-se por dois tons de azul sobre linho em ponto de matiz. Suave e harmonioso, reflecte a beleza rara das ilhas. Nele predominam motivos vegetalistas e campestres como trevos, gavinas, silvas, avencas, cravinhos e corações entrelaçados.
A partir dos anos 30 do séc. XX, o bordado conquistou os mercados nacional e internacional, sendo uma constante nos pontos de comercialização dos produtos açorianos.

 

Bordado a palha de trigo

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesã: Conceição Pereira (Pico)

Como se fossem fios de ouro, a palha de trigo ou de centeio é trabalhada pela genialidade das mulheres faialenses em cima de tule branco ou negro. O elemento decorativo predominante é a espiga de trigo, embora outros elementos vegetalistas façam parte das peças requintadas ligadas à moda feminina, como vestidos de cerimónia, véus, mantilhas e bolsas.

 

Rendas

Foto: CRAA.

Terras de mareantes e pescadores, o Arquipélago não foge à tradição de ser lugar propício à proliferação de trabalhos de linha, feitos com bilros, agulha e outros utensílios.

Rendas e similares que reproduzem influências diversas, ou não arribassem aqui as rotas do mundo. Mas, também, que afirmam uma criatividade própria através da renda de gancho e do crochet de arte, variedade autóctone que prestigia o artesanato açoriano.

Tudo o mais é fruto dos saberes e perfeição de quem dá forma a tão atraente e delicada renda.

As rendas mais admiráveis do Arquipélago são feitas no Pico e no Faial. São de grande qualidade e de reconhecido valor artístico e etnográfico.
Os seus elementos base são as “rosetas”, com formas e nomes muito diversos. É na harmonia com que as rosetas são ligadas entre si, com uma variedade de pontos, rigorosamente contados, que reside a singularidade deste croché artístico.

 

Boina do Corvo

Foto: CRAA.

A boina do Corvo, cuja origem se perde no tempo, mas a produção resiste até aos nossos dias, é feita em tricot, com um conjunto de 5 agulhas, originalmente em lã local tingida de azul-escuro, com uma barra estreita (grega), trabalhada com o tradicional branco natural. Em alguns casos, na orla é aplicada uma pala feita também em malha e reforçada com tecido. No topo é colocado um pompom com uma dimensão única.

A boina, usada no início do século XX, fazia parte do traje de baleeiros. Terá sido por influência dos pescadores escoceses que os corvinos aprenderam a fazê-las. Este mesmo tipo de boina foi produzido na Escócia desde o século XVI, época de que se conservam alguns exemplares, e o seu modelo e método de confecção persiste inalterado desde então.

 

Tecelagem

Foto: CRAA. Artesã: Lurdes Lindo. Ofício Luísa Flores (São Miguel)

A tecelagem é uma das primeiras e mais antigas indústrias tradicionais do arquipélago, assim como uma resposta eficaz às limitações causadas pela insularidade. A região da Flandres, de onde provinham tecidos desde o século XVI, foi a grande influenciadora da actividade têxtil açoriana, quer a nível da preparação das matérias primas, quer da tinturaria (feitas pela infusão de plantas endémicas) e até da confecção. Os tares, feitos em madeira da terra, confeccionavam todas as peças do bragal, das mais modestas e rudes às de mais delicada textura, de todo o vestuário e, ainda, de outros produtos para o lar, como colchas, mantas, passadeiras de retalhos, trajes regionais, cobertores, tiras ou napperons com desenhos geométricos.

Foto: CRAA. Artesã: Lurdes Lindo. Ofício Luísa Flores (São Miguel)

Foi na ilha de Santa Maria que as mantas de retalhos deram corpo ao carácter rural e popular da tecelagem e foi na ilha de São Jorge, a partir do séc. XVI, que se criou uma das mais conhecidas manifestações da arte popular – as célebres colchas em ponto alto, que privilegiam os motivos geométricos e a cores naturais ou garridas típicas do folclore açoriano.

Foto: CRAA. Artesã: Alzira Nunes (São Jorge)

 

Trabalho em vimes

A arte de trabalhar as fibras vegetais revela um entendimento da terra, do clima, dos ciclos vegetativos, das plantas e suas características. Revela, também, saberes antigos e técnicas transmitidas de geração em geração.

Foto: CRAA. Artesão: João Andrade. Ofício Luísa Flores (São Miguel)

Actualmente, embora enfrentando um período difícil, o trabalho em vimes continua a ser uma referência associada à tradição e à cultura do arquipélago. Os vimes, muito abundantes no passado, têm sido reintroduzidos em algumas paisagens não só com a finalidade ambiental de proteger as margens das ribeiras contra a erosão, mas também com uma finalidade social e económica, no sentido de fornecer matéria-prima para o artesanato local.

O trabalho do vime, contudo, não se restringiu à produção de cestos. No Século XIX, surgiu na confecção de mobiliário, para se adequar à moda romântica das moradias de veraneio e dos jardins de Inverno.

Foto: CRAA. Artesão: João Andrade (São Miguel)

O empalhamento é outra técnica aplicada ao vime e complementar à actividade de um cesteiro. Com técnicas similares, utilizando os mesmos materiais e ferramentas, forram-se garrafas de vidro, assentos de cadeiras e uma série de peças de mobiliário, criadas a partir de uma simples estrutura de madeira, que depois é forrada e ornamentada com entrançado de vime.

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA.

Os Capachos de folha de milho, de palha de trigo, de espadana, de junco ou até de folha de dragoeiro, representam uma arte tradicional e tipicamente açoriana de trabalhar as fibras vegetais. Os capachos em folha de milho são os mais característicos da ilha de S. Miguel. Os capachos de folha de dragoeiro são os mais característicos da ilha do Pico, onde a vegetação endémica é, ainda, abundante. Os capachos entrançados são, normalmente, feitos com espadana ou piteira seca e batida com um maço e apresentam-se na sua cor natural. A sua longa trança, que lhes dá uma forma circular, oval ou rectangular, esboça os mais diversos motivos geométricos.

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesã: Conceição Pereira (Pico)

Uma das actividades que caracterizou a freguesia de Santo Amaro, da ilha do Pico, foi a feitura de chapéus de palha de trigo, utilizando a técnica da espiral cosida. Faz parte das memórias de Santo Amaro ver as mulheres sentadas à porta a fazer trança. Elas próprias aprenderam com as suas mães e tias, enquanto crianças, desde a apanha da palha ou canudo, até finalizar o chapéu. Há cerca de uma centena de tranças diferentes para executar os chapéus de palha. Antes de se executar o chapéu, a palha tem que ser descanudada pelo nó, separada, escolhida, escovada e rachada. Os chapéus de abas redondas e curtas são encimados por uma copa ovalada e alta, sendo feitos em palha, profusamente cozida.

 

Miolo de figueira

Foto: CRAA. Artesã: Helena Henriques. Ofício Luísa Flores (Faial)

Da massa branca do miolo de ramos de figueira o artesão, com paciência e mão firme, cria belas e delicadas figurinhas típicas dos Açores. Os trabalhos mais antigos, de Euclides Rosa, estão expostos no Museu da Horta. Hoje em dia, as peças de miolo de figueira incluem motivos florais, moinhos ou barcos à vela.

 

Escama de peixe e Scrimshaw

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesã: Conceição Pereira (Pico)

A diversidade de peixes do mar dos Açores influenciou o imaginário artístico do artesão açoriano. As escamas de peixe são limpas em várias águas e transformadas em delicadas pétalas ou folhas que, depois de recortadas à tesoura, com imensa habilidade, são compostas em conjuntos florais.
Os trabalhos mais tradicionais são essencialmente flores, das mais variadas espécies e dos mais diferentes feitios.

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesão: Osvaldo Inácio (Pico)

A técnica do scrimshaw, desenvolvida por baleeiros norte-americanos no século XVIII, consiste em trabalhos em osso e dente de baleia. É um tipo de artesanato muito típico das ilhas do Faial e do Pico, graças à sua forte tradição baleeira.

É uma arte feita por marinheiros e a eles destinada, embora, com o decorrer dos tempos, os destinatários deste tipo de peças artísticas se tenham diversificado e atingindo um vasto número de pessoas apreciadoras das actividades marítimas e do artesanato ligado ao mar.

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesão: Osvaldo Inácio (Pico)

A arte de scrimshaw correspondia à ocupação nas horas de ócio a bordo e a uma expressão de saudade da família e da terra do artista. As técnicas mais utilizadas são a incisão ou a gravação, sendo os entalhes pigmentados. Já no século XX, surgiram os motivos incrustados, por vezes em alto-relevo.

Os horizontes marítimos, a faina, os barcos, as rotinas dos pescadores ganharam forma nos dentes e ossos de baleia. Para além da gravura, o marfim e os ossos dos cachalotes foram utilizados para criar peças tridimensionais, tornadas figuras esculpidas, talhando mesmo algumas jóias.

 

Cerâmica

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Olaria François Lebon (Pico)

A cerâmica açoriana evoca-nos tenacidade, inventiva, apurado gosto, sentido estético e, também, um arreigado amor à terra mãe – qualidades evidentes em todos os objectos produzidos nestas terras onde a matéria prima disponível não possui características que justifiquem a existência desta arte. Não obstante, utilizando o barro extraído da ilha de Santa Maria, o importado do Continente e as misturas com o Terceirense, permitindo aos oleiros, sem abastardamentos despersonalizantes ou descaracterizadores, produzir puras e belíssimas peças, utilitárias e decorativas, que enriquecem o património da cerâmica portuguesa.

 

Cerâmica Figurativa

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesão: José A. Vieira (São Miguel)

Esta é, talvez, a expressão mais popular e mais significativa da cerâmica que se pode produzir nas ilhas.

Objetos para brinquedo são, principalmente, as personagens dos presépios e lapinhas, de tão profunda tradição no Arquipélago. Pintados ou vidrados, reproduzindo figuras de culto, bíblicas ou do quotidiano local.

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Rui Rodrigues (São Miguel)

A escultura de costumes produzida nas fábricas de cerâmica da Cidade de Lagoa, na ilha de S. Miguel, não se destinou apenas à promoção turística das ilhas açorianas, mas associou-se igualmente à tradição natalícia de “montar o presépio”, potenciando o desenvolvimento da actual indústria doméstica de figuras de presépio naquela localidade, dando origem à designação popular de “Bonecreiros da Lagoa”.
Estas oficinas familiares que floresceram nas décadas de 1950/60 sem perder as suas ligações às fábricas, como trabalhadores ou como consumidores da matéria-prima e de ocupação do forno, produzem bonecos pintados, não vidrados, pequenas figuras representativas da cultura local nas suas dimensões religiosa e profana. O figurado mais pequeno, modelado apenas pelas mãos, isto é, sem molde e normalmente sem ir ao forno, destina-se aos presépios de Lapinha.

 

Faiança

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesão: José A. Vieira (São Miguel)

A indústria cerâmica da Lagoa, que se afirma ao longo do século XIX e da qual não se podem excluir ligações à indústria cerâmica do Norte de Portugal, deu início à produção de faiança nos Açores com o fabrico em série de peças pintadas com flores e outros motivos vegetalistas, esmaltadas de branco e apresentadas na forma de serviços de chá, de café, terrinas, pratos e diversos objectos decorativos.
Contribuiu, ainda, significativamente para a produção da identidade açoriana a partir da representação dos costumes locais na escultura moldada, como é o caso do “Casal Micaelense”, composto pelo camponês de carapuça e a mulher de capote-e-capelo, figuras emblemáticas do povo micaelense.

 

Olaria

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Olaria de Vila Franca (São Miguel)

A escassez da matéria prima impôs, em tempos idos, que a olaria açoriana se limitasse a satisfazer as necessidades locais produzindo essencialmente, objectos utilitários, telha, tijolo e tijoleira. Sem grandes preocupações estéticas foram, lentamente depurando formas na procura de uma identidade própria, como o testemunham as formas e decorações próprias de cada ilha.

Potes, alguidares, talhas e talhões, sertãs e louças diversas de cozinha atingem elevados níveis estéticos que se refuncionalizam em belas peças decorativas.

A criatividade e sensibilidade destes artesãos encontra consagração nas formas da chamada louça erudita e, principalmente, na pintura (manual, estampilhada ou mista) da louça regional onde, sobre fundo branco, adejam leves ramos em pinceladas de azul.

Vila Franca, em S. Miguel, e Angra do Heroísmo, na Terceira, são os centros produtores que dão continuidade à olaria tradicional dos Açores. O talhão, importante reservatório de água ou de cereais noutros tempos e a talha ou bilha, utilizada para transportar líquidos, são agora peças muito apreciadas na decoração de ambientes rústicos. O alguidar, que nas suas várias dimensões se adequava às mais diversas tarefas domésticas, é actualmente mais conhecido como alguidar terceirense, destinado a ir à mesa com a típica Alcatra. A sertã, que é utilizada principalmente como grelhador de pão, é outra peça emblemática da nossa olaria tradicional, associada à produção doméstica de Bolos Lêvedos e do Bolo de Milho ou Bolo da Sertã.

 

Azulejaria

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesão: José A. Vieira. Oficina Luísa Flores (São Miguel)

A produção local de azulejo assume uma certa importância somente a partir da segunda metade do século XIX, altura em que foram fundadas as primeiras fábricas de cerâmica nas ilhas de S. Miguel e Terceira.

Utilizando a estampagem manual ou molde, as primitivas de S. Miguel criaram azulejos relevados, onde a flor-de-lis era motivo de eleição, tal como o azul e amarelo eram as cores preferidas para os azulejos de estampilha.

Estes azulejos de produção local revestiam as fachadas de edifícios urbanos e as paredes das capelas em composições historiadas, em tons de azul-cobalto, ou em composições simétricas, ditas “de tapete”, com desenhos geométricos e vegetalistas em azulejos lisos de estampilha ou relevados através da técnica do molde.

Herdeira desta tradição, a actual azulejaria artesanal açoriana é um produto de qualidade, resultante do grau de apuramento de técnicas e aptidões, que se dedicam à produção de azulejos artísticos, de gosto clássico ou contemporâneo, integrados em painéis decorativos, conjugados com a produção de outras peças de ornamentação ou de uso doméstico, ou ainda como peças individuais.

 

Trabalhos em madeira

 

Fechaduras do Corvo

Foto: CRAA. Artesão: José Inês. Ofício Luísa Flores (Corvo)

Estas fechaduras, produção de cariz tradicional na mais pequena ilha do arquipélago, é indissociável da história da Região e dos Corvinos.

As fechaduras de madeira da ilha do Corvo eram construídas através da reutilização de madeira proveniente de antigas construções que já não teria utilidade, e eram usadas antigamente para trancar as portas das casas mais abastadas. Algumas subsistem ainda na actualidade, sobretudo nas casas de abrigo da faina agrícola, e constituem um produto e emblemático do artesanato local que manteve a sua relevância ao longo dos séculos.

 

Viola da Terra

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA (São Miguel)

A ‘viola de 12 cordas’, ao chegar aos Açores, no século XV, assumiu características comuns em todas as ilhas, mantendo os seus traços primitivos, mas foi adquirindo afinações e particularidades diferenciadas.

Assim, transforma-se no mais típico instrumento musical do arquipélago dos Açores, desempenhando ao longo dos tempos um papel importante nos cantares festivos, balhos, derriços, desgarradas, desafios e despiques e, por isso, adquire grande importância social e cultural na vida dos Açorianos.

 

Artesanato religioso

 

Lapinhas

Foto: CRAA. Artesã: Clara Santos . Ofício Luísa Flores (São Miguel)

Remontam ao século XVI, por influência da fixação na ilha de São Miguel da Ordem dos Franciscanos. Mas é no século XVII que aparecem as primeiras lapinhas, confeccionadas por freiras nos conventos.

Autênticos presépios em miniatura, perpetuam a natividade de Cristo durante todo o ano. O tema central é a gruta que abriga a Sagrada Família, em torno da qual se organizam todos os outros elementos, representando cenas bíblicas ou do quotidiano através de pequenas figuras de cerâmica pintadas, fragmentos de rocha, musgo, plantas, flores e minúsculas conchas marinhas. Dentro de redomas ou caixas de vidro, os belos e frágeis presépios de lapinha são tradição nas casas açorianas.

 

Registos do Senhor Santo Cristo dos Milagres

Foto: Álvaro Saraiva / CRAA. Artesã: Filomena Rebelo (São Miguel)

O culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, de grande devoção e atracção, é também o mote para a criação do registo, bela peça de homenagem ao padroeiro. Foi trabalho conventual das freiras do Santuário, competentes em muitas artes manuais. Hoje é peça de interesse para muitos artesãos que, com devoção e criatividade, prestam reverência à imagem do Ecce Homo.
Papéis prateados, metalizados, de seda; penas, veludo, pano; canutilho de prata e de ouro, galões, arame; cartolina e a estampa do Senhor Santo Cristo são os elementos essenciais na confecção do registo, sob a forma de quadro emoldurado, variação perfeita da arte conventual.

 

Fontes:

https://casasdosacores.org/produtos-casas/artesanato-em-osso-e-marfim-de-baleia-scrimshaw/
https://www.allfromazores.pt/o-artesanato-do-arquipelago-dos-acores
http://artesanato.azores.gov.pt/artesanato/

 

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