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Top Azores: 22 provas de que a Terceira é uma ilha de escritores

Top Azores: 22 provas de que a Terceira é uma ilha de escritores.  A cidade da Praia da Vitória, na ilha Terceira, recebe o maior evento literário dos Açores, o Outono Vivo, e neste artigo do Top Azores iremos dar-te a conhecer alguns dos nomes mais marcantes da literatura terceirense, numa viagem cronológica, desde, por exemplo, o veterano Vitorino Nemésio, o grande cânone da literatura terceirense, açoriana e, até, portuguesa, aos jovens Joel Neto, Luís Filipe Borges e Diogo Ourique.

 

Ressalvamos, no entanto, que estes são apenas ALGUNS escritores, havendo muitos MAIS.

 

Fique então com 22 provas de que a Terceira é uma ilha de escritores:

António Moniz Barreto Côrte-Real

É uma das mais interessantes e celebradas figuras da intelectualidade açoriana da primeira metade do século XIX. Nasceu e morreu em Angra do Heroísmo, em 1804 e 1888, respectivamente.

Bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra, em 1831, nesse mesmo ano e na cidade do Mondego, publicou a sua mais célebre obra literária, Belezas de Coimbra, um livro de prosa romântica de descrição de monumentos e paisagens da urbe. Manteve-se sempre na literatura como um conservador, mas um apaixonado pela língua portuguesa, que estudou e defendeu denodadamente.

Em 1834 regressou a Angra como advogado, sendo nomeado director e revisor da imprensa da prefeitura e redactor da Crónica Constitucional de Angra, mas pediu a demissão no ano seguinte. Nesses tempos agitados pela política, que nunca o atraiu verdadeiramente, foi chamado pelos cartistas para moderar a polémica com os adversários reformistas, que havia dilacerado a Terceira. Dirigiu então, com Jerónimo Emiliano de *Andrade, o *Anunciador da Terceira (1842-43), dando-lhe uma feição já mais literária. Aí publicou um celebrado estudo sobre as festas do Espírito Santo que fez dele o precursor da etnografia açoriana. Nunca mais deixou de ser colaborador e redactor de jornais, quase sempre de cariz literário, sucessivamente o Pregoeiro (1843), o Terceirense (1844-45) e principalmente o Lyceo (1855-56), que fundou e onde publicou boa parte da sua obra de pedagogo.

Obras principais (1831), Bellezas de Coimbra. Coimbra, Real Imp. da Universidade. (1842), Uma festa do Espírito Santo. Anunciador da Terceira, 5-12. (1857), Cartilha para uso das escolas do distrito de Angra do Heroísmo. Selecta em verso. Angra do Heroísmo, Tip. M. J. P. Leal. (1859), Epítome de Gramática Portuguesa, Angra do Heroísmo, Tip. M. J. P. Leal. (1860), Selecta Classica acomodada ao uso das escolas do Distrito de Angra do Heroísmo. Angra do Heroísmo, Tip. M. J. P. Leal. (1862-65), Circular aos professores sobre o ensino do português e latim. Boletim Official do Distrito Administrativo de Angra do Heroísmo. (1877), Proposta de reforma ortográfica submetida à Academia Real das Ciências de Lisboa e vários aplausos. Angra do Heroísmo, Tip. Angrense.

 

Francisco Joaquim Moniz de Bettencourt (Mendo Bem)

Nasceu na Praia da Vitória em 1847 e morreu em Évora em 1905. Foi um bibliófilo, filantropo, poeta e jornalista açoriano, mais conhecido pela alcunha e pseudónimo Mendo Bem.

Estreou-se nos periódicos da terra natal (1868-80), fundando, de parceria com António Gil e Augusto Ribeiro, o Almanaque Insulano (1874-75). Tem vasta colaboração dispersa em jornais dos Açores (destacam-se A Persuasão e A Actualidade) e do Continente (sobretudo, o Correio Português e o Distrito da Guarda). Dedicou-se à crónica jornalística, ao ensaísmo literário e ao conto, mas foi sobretudo na poesia que veio a distinguir-se. Poeta essencialmente lírico, de um lirismo bucólico e romântico, a sua obra acusa a tendência para um certo convencionalismo de temas e formas poéticas. São inegáveis a espontaneidade e a delicadeza de alguns dos seus versos, escritos em linguagem simples e vazados em ritmos de sabor clássico. O encantamento sentimental pela paisagem das ilhas é nele dominante. Procurou contribuir para uma literatura de temática regionalista, como também foi pretensão de Augusto Loureiro e Ernesto Rebelo, mas, sem grandes inovações, manteve-se demasiado preso a uma estética romântica de motivos convencionais. A sua prosa ficcional não ultrapassou o retrato circunstancial da vida insular, em quadros onde as personagens carecem de funda densidade psicológica.

Obras Principais (1878), Esmola aos Náufragos [poesia]. Angra do Heroísmo, Imp. do Governo Civil. (1895), Vale das Furnas: Miniaturas em Verso [poesia]. Ponta Delgada, Typ. Elzeviriana. (1895), Viana da Mota e Moreira de Sá em Ponta Delgada: Um feixe de versos de Mendo Bem, Alice Moderno e Manuel Augusto do Amaral. Ponta Delgada. (1896), Florilégio Mariense [poesia]. Ponta Delgada. (1898), Cozinha Económica [poesia]. Ponta Delgada. (1899a), Marienses: Trovas Açorianas [poesia]. Lisboa, Imp. Libânio da Silva. (1899b), Notas de Viagem [notas autobiográficas e familiares]. Ponta Delgada, Typ. Popular. (1899c), O Coronel Sousa e Silva: Cartas Açorianas dirigidas à Redacção da Actualidade [biografia]. [Ponta Delgada], Typ. Ferreira. (1902), Os primeiros versos de Garrett [ensaio]. Porto, Ed. Livraria Magalhães & Moniz. (1907), Insulares: Contos e Histórias [ficção]. Lisboa, Parceria António Maria Pereira.

 

Alfredo de Mesquita (A.M. Pimentel)

Nasceu em Angra do Heroísmo, por volta de 1871, e morreu em Paris em 1931.  Foi um jornalista, escritor, olisipógrafo e diplomata português. Foi secretário da Escola Naval e da Biblioteca da Marinha, onde escreveu os primeiros livros. Como jornalista, foi redactor de vários periódicos lisboetas: Democracia PortuguesaRevista IlustradaPortugalCorreio NacionalJornal do ComércioDiário de Notícias e da revista Ocidente, com o pseudónimo de João Prudêncio. Colaborou também no António Maria e na Paródia. Representou os jornalistas de Lisboa, na qualidade de delegado, aos congressos da imprensa em Itália, França e Suíça. Como escritor revelou o seu espírito humorístico e crítico bastante profundo. Escreveu biografias, ensaios literários, contos, teatro e literatura de viagens. A partir de 1911, iniciou a carreira diplomática como cônsul de segunda classe, em Durban, Orense, Melbourne, Constantinopla, Roma, Nova York e Hamburgo. De 1919 a 1922, foi secretário da legação portuguesa em Paris, altura em que passou à disponibilidade, e ali fixou residência, gerindo um hotel. Foi membro da maçonaria, com iniciação em 1892, na Loja Tolerância, em Lisboa. Era detentor de condecorações da Ordem de Cristo e da Legião de Honra.

Alfredo Mesquita estreou-se como escritor com um estudo sobre Júlio César Machado a que se seguiram inúmeros títulos como Vida Airada (1884), De Cara AlegrePortugal MoribundoLisboa (1903), A Rua do Ouro (1905), Memórias de um Fura-vidas (1905) e Alfacinhas (1910). Foi autor, com Teotónio Simão da Câmara Lima (casado com uma sua tia), do libreto da revista Na Ponta da Unha que foi representada no Teatro da Rua dos Condes. Como escritor revelou o seu espírito humorístico e crítico profundo.

Obras principais. (1890), Júlio César Machado. Lisboa, Ferin. (1892), Portugal Moribundo. Lisboa, Tip. Machado. (1894), Companheiros de bordo. Lisboa, Tip. Universal. (1900), Cartas da Hollanda. Lisboa, Ed. Palhares & Morgado, L.da. (1905), Memórias de um fura-vidas. Lisboa, Parceria António Maria Pereira. (1905), A Rua do Oiro? romance lisboeta. Lisboa, Tip. Viúva Tavares Cardoso. (1910), Alfacinhas. Lisboa, Parceria António Maria Pereira. (1916), A América do Norte. Lisboa, Parceria António Maria Pereira. (1930), João Chagas. Lisboa, Parceria António Maria Pereira.

 

Gervásio da Silva Lima

Gervásio da Silva Lima nasceu a 26 de Março de 1876, na Praia da Vitória e morreu no dia 24 de Fevereiro de 1945.

Desde cedo a sua forma de escrever tornou-se peculiar e muito rica, frases elaboradas com recursos estilísticos, a sua cultura histórica elevada e seus escritos literários amontoaram-se. Aos dezoito anos publicou o seu primeiro livro Saudades (1894), contendo contos e baladas. Esgotou as vendas.

Depois de trabalhar num cartório e ter fundado três jornais na sua vila, em 1914 mudou-se para a cidade de Angra do Heroísmo. Tornou-se bibliotecário da Biblioteca Municipal de Angra e editou a sua primeira peça em verso A Merenda das Freiras, pela Tipografia Sousa e Andraderepresentada e encenada no Teatro Angrense.

Na década 20 Gervásio Lima tornou-se dono da Tipografia Insulana Editora. Era um tradicionalista, adorava folclore, cantorias, festas e mitos populares. Dedicou-se ao estudo de vários aspectos da sua ilha e suas personalidades históricas e populares. Tornou-se sócio de várias academias e instituições científicas em diversos países (Portugal, Espanha, França e Itália), devido a isso fundou o Instituto Histórico da Ilha Terceira. Foi político e esteve ligado à revolta das ilhas de 1931 contra o Estado Novo. Foi conhecido como o Cavaleiro da Ordem de Santiago, pois era religioso, celibatário, simples, generoso, humilde, patriota e corajoso.

 

Luís da Silva Ribeiro

Nasceu, por volta de 1882, e morreu a 24 de Fevereiro de 1955, em Angra do Heroísmo. Foi um jurista, intelectual, poeta, cronista e político açoriano que se distinguiu como etnógrafo e animador do movimento cultural que levou à criação do Instituto Histórico da Ilha Terceira e das instituições equivalentes nos restantes antigos distritos dos Açores.

Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, regressou a Angra do Heroísmo, cidade onde residiu toda a sua vida e onde exerceu diversas cargos administrativos e políticos, pese embora a sua mal disfarçada oposição ao Estado Novo e a suspeição com que sempre foi visto pelos poderes instalados após o Golpe de 28 de Maio de 1926. É autor de uma extensa obra publicada, compreendendo mais de 180 trabalhos, a maior parte no Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, mas com muitos trabalhos dispersos por periódicos lusófonos.

Foi nomeado presidente da Câmara de Angra, em 1911; governador civil substituto, em 1913; presidente da Junta Geral, em 1914-1915, por eleição; manteve-se como procurador em anos seguintes, até se desligar do Partido Democrático, em 1919, do qual havia sido líder. Manteve o seu espírito independente e liberal, embora tivesse colaborado com os organismos locais do Estado Novo, em tarefas muito concretas de carácter cultural. Em 1931, foi punido com 150 dias de suspensão, com perda de vencimentos, por ter sido acusado de facilitar a ocupação de aposentos camarários por parte dos deportados que se haviam revoltado.

A intensa actividade intelectual de Luís Ribeiro levou-o a desenvolver estudos na área da História, procurando evidenciar a forte ligação histórico-cultural das ilhas açorianas a Portugal continental; sobre a jurisprudência, publicou trabalhos que mereceram referências de autores consagrados; no campo da Etnografia, deixou uma vasta e diversificada obra com análises profundas da vida açoriana. Um trabalho minucioso e seguro que mereceu a consideração de etnógrafos portugueses e estrangeiros. Na área política, publicou variadíssimos artigos onde ficaram expressas as suas discordâncias com os separatistas, pronunciou-se sobre a defesa do regionalismo e alvitrou uma série de propostas administrativas que se distanciavam das provenientes de São Miguel, de cariz autonómico mais alargado.

Obras principais. (1982), Obras I, – Etnografia Açoriana (coordenado por João Afonso). Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira/Secretaria Regional da Educação e Cultura. (1983), Obras II ? História (coordenado por José G. Reis Leite), Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira/Secretaria Regional da Educação e Cultura. (1983), Obras III, Vária (coordenado por João Afonso e Reis Leite). Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira/Secretaria Regional da Educação e Cultura. (1996), Obras IV ? Escritos político-administrativos (estudo introdutório e coordenação de Carlos Enes). Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira/Secretaria Regional da Educação e Cultura.

 

Frederico Lopes (João Ilhéu)

Nasceu na Praia da Vitória, por volta de 1896 e morreu em Angra do Heroísmo em 1979. De seu nome completo Frederico Augusto Lopes da Silva Jr. usou o pseudónimo de João Ilhéu com o qual publicou a maior parte da sua obra, principalmente a literária, mas também usou Frederico Lopes e mais raramente Frederico Lopes da Silva.

Foi comandante do Batalhão I.I. 17, aquartelado no Castelo de S. João Baptista, onde aliás passou a maior parte da sua carreira militar. Na reserva serviu na Base Aérea 4, como presidente do Conselho Administrativo.

Ocupou o cargo de presidente da Câmara de Angra do Heroísmo em 1933, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, 1941, e de Angra do Heroísmo, 1949, presidente da Direcção do Montepio Terceirense, 1960, e vários outros cargos de índole social.

Distinguiu-se essencialmente como poeta, contista, autor teatral, etnógrafo e jornalista. Toda a sua obra é de índole regionalista e etnográfica e interligada por uma ideia base da identidade açoriana e da força criadora da cultura popular. Os seus versos, os seus contos, as suas peças teatrais, todas elas estão marcadas por essa opção de ir beber à fonte popular a inspiração e os ensinamentos, ainda que muitas vezes idealizando o povo, dando dele uma imagem romântica e desfasada da realidade.

Obteve sempre grandes êxitos literários junto dos seus leitores fieis e do grande público, principalmente com as suas obras para o teatro musicado, no género opereta, em colaboração com músicos da sua geração. A mais conhecida obra sua neste campo foi Água Corrente, com música de Henrique Viana da Silva e que foi sucessivamente representada entre 1928 e 1962, na Terceira, em S. Miguel e no Faial.

Foi sócio-fundador do Instituto Histórico da Ilha Terceira, onde desenvolveu um aturado e continuado trabalho de investigação e teorização sobre etnografia, sendo discípulo de Luís da Silva Ribeiro. A sua obra etnográfica, que é fundamental para se entender o regionalismo açoriano da primeira metade do século XX, encontra-se recolhida num volume, Notas Etnográficas.

Como jornalista, fundou o Jornal de Angra, em 1933, que marca pelo seu programa renovador na imprensa local e pela qualidade técnica e artística das suas edições. Além disso foi colaborador assíduo de A União, com rubricas de crítica social e política.

Por último é de destacar a sua faceta de animador cultural incansável, através de palestras e montagem de espectáculos, sendo dos primeiros nos Açores a usar a rádio como veículo de comunicação cultural.

Foi sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, do Instituto Cultural de Ponta Delgada e do Instituto Açoriano de Cultura e condecorado com a Ordem de Cristo e de S. Bento de Avis. 

Obras. (1927), Tipos da minha terra. Angra do Heroísmo. Tip. Insulana. (1928), Touradas e romarias. Angra do Heroísmo, Tip. Ed. Açoreana. (1931), Rústicas. Angra do Heroísmo, Tip. Angrense. (1933), Gente do Monte. Cenas da vida regional terceirense. Angra do Heroísmo, Tip. Angrense. (1934), Á boquinha da noite (crónicas diárias no Jornal de Angra). Angra do Heroísmo, Tip. Angrense. (1938), Discretear (palestras e discursos). Angra do Heroísmo, Livraria Ed. Andrade. (1944), Sol das romarias. Angra do Heroísmo, União Gráfica Angrense. (1951), Alma Perdida. Angra do Heroísmo, Tip. Moderna. (1956), Gente do monte. II série, Angra do Heroísmo, Tip. Angrense. (1970), Do povo e de mim. Angra do Heroísmo, Instituto Açoriano de Cultura. (1971), Da Praça às Covas. Memórias de uma velha rua. Angra do Heroísmo. Tip. Andrade. (1980), Notas de Etnografia, Algumas achegas para o conhecimento da história, da linguagem, dos costumes, da vida e do folclore do povo da Ilha Terceira dos Açores. Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira.

 

Vitorino Nemésio

Nasceu no dia 19 de Dezembro de 1901, na Praia da Vitória e morreu em Lisboa em 1978. Foi um poeta, romancista, cronista, académico e intelectual açoriano que se destacou como autor de Mau Tempo no Canal, e como professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, além de ser um dos mais aclamados e importantes escritores açorianos até aos dias de hoje.

Com 16 anos de idade, Nemésio desembarcou pela primeira vez na cidade da Horta para se apresentar a exames, como aluno externo do Liceu Nacional da Horta. Apesar da tenra idade, Nemésio chegou à Horta já imbuído de alguns ideais republicanos, pois em Angra do Heroísmo já havia participado em reuniões literárias, republicanas e anarco-sindicalistas, tendo sido influenciado pelo seu amigo Jaime Brasil, cinco anos mais velho (primeiro mentor intelectual que o marcou para sempre) e por outras pessoas tal como Luís da Silva Ribeiro, advogado, e Gervásio Lima, escritor e bibliotecário (já referenciados neste artigo).

Em 1918, no final da Primeira Guerra Mundial, a Horta possuía um intenso comércio marítimo e uma impressionante animação nocturna, uma vez que se constituía em porto de escala obrigatória, local de reabastecimento de frotas e de repouso da marinhagem. Na Horta estavam instaladas as companhias dos Cabos Telegráficos Submarinos, que convertiam a cidade num “nó de comunicações” mundiais. Esse ambiente cosmopolita contribuiu, decisivamente, para que ele viesse, mais tarde a escrever a obra mítica que dá pelo nome de Mau Tempo no Canal, trabalhada desde 1939 e publicada em 1944, cuja acção decorre nas quatro principais ilhas do grupo central açoriano: Faial, Pico, São Jorge e Terceira, sendo que o núcleo da intriga se desenvolve na Horta.

Concluiu o liceu em Coimbra, em 1921, e inscreve-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Três anos mais tarde, Nemésio trocou esse curso pelo de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras de Coimbra, e, em 1925, matriculou-se no curso de Filologia Românica da mesma Faculdade.

Em 1930 transferiu-se para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde, no ano seguinte, concluiu o curso de Filologia Românica, com elevadas classificações, começando desde logo a leccionar literatura italiana. A partir de 1931 deu início à carreira académica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou Literatura Italiana e, mais tarde, Literatura Espanhola.

Em 1934 doutorou-se em Letras pela Universidade de Lisboa.

A 19 de Julho de 1961 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, a 17 de Abril de 1967, Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, a título póstumo.

Foi autor e apresentador do programa televisivo Se bem me lembro, que muito contribuiu para popularizar a sua figura e dirigiu ainda o jornal O Dia entre 11 de Dezembro de 1975 a 25 de Outubro de 1976.

Foi um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido em 1965, o Prémio Nacional de Literatura e, em 1974, o Prémio Montaigne.

Obras: O Bicho Harmonioso (1938), Eu, Comovido a Oeste (1940), Nem Toda a Noite a Vida (1953), O Verbo e a Morte (1959), Meu Coração É Como Peixe Cego (1942), Varanda de Pilatos (1926), Mau Tempo no Canal (1944), romance galardoado com o Prémio Ricardo Malheiros, Quatro prisões debaixo de armas (1971), Canto de Véspera (1966), Limite de idade (1972), Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga (2003) – póstumo, Poemas Brasileiros (1972), Paço do Milhafre (1924), Sob os Signos de Agora (1932), A Mocidade de Herculano (1934), Relações Francesas do Romantismo Português (1936), Ondas Médias (1945), Conhecimento de Poesia (1958), O Segredo de Ouro Preto (1954), Corsário das Ilhas (1956), Jornal do Observador (1974).

 

João Dias Afonso

Nasceu em 1923 e morreu no dia 22 de Fevereiro de 2014, em Angra do Heroísmo. Foi um escritor, jornalista e investigador da etnografia e a baleação açorianas.

Foi director da Biblioteca Municipal de Angra do Heroísmo e depois funcionário superior da Biblioteca Pública e Arquivo da mesma cidade. Entretanto fez estudos históricos sobre baleação e museologia, com estágios nos EUA (Nova Inglaterra e Califórnia) e no Reino Unido. Deve-se-lhe a organização do Museu Etno-Histórico dos Baleeiros dos Açores, nas Lajes do Pico.

Na Biblioteca de Angra, a que esteve ligado longos anos, bem como noutros arquivos nacionais e estrangeiros, tem realizado aturadas pesquisas no âmbito da história dos Açores e da etnografia histórica açoriana e procedido a um inventário exaustivo da bibliografia açoriana.

A sua longa carreira de jornalista está ligada, principalmente, aos jornais de Angra do Heroísmo Diário Insular A União, no primeiro dos quais coordenou uma notável página de «Artes e Letras» durante 30 anos, de 1946 a 1978, apenas com uma interrupção entre 1959 e 1961, durante a qual foi redactor da antiga Agência Nacional de Informação, em Lisboa. Tem feito conferências e participado em diversos congressos no País e no estrangeiro.

Como poeta fez parte da corrente do modernismo insular de meados do século XX com uma poesia que Vitorino Nemésio considerou como permitindo «conseguir às vezes admiráveis efeitos de simplicidade e pureza».

Alguns dos poemas que publicou na imprensa periódica foram assinados com o pseudónimo Álvaro Orey. Ganhou em 1960 o Prémio Nacional de Poesia do Secretariado Nacional de Informação (SNI), com o livro Pássaro Pedinte e Ruas Dispersas, prefaciado por Vitorino Nemésio.

Publicou três opúsculos de poesia intitulados Enotesco, Angra do Heroísmo, s.d. [1955], Pássaro Pedinte e Ruas Dispersas (com prefácio de Vitorino Nemésio), Lisboa, 1960, e Cantigas do Terramoto para Ler e Passar, Angra do Heroísmo, 1980, bem como numerosos ensaios e estudos sobre temas de história, literatura e etnografia dos Açores, de que destacamos – além dos citados e de muitos outros dispersos ou publicados em opúsculo – Garrett e a Ilha Terceira, ed. da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, 1954; Antero de Quental e o Pensamento da Revolução Nacional, Lisboa, 1967; Açores de Outrora na Ilha Terceira Daqueles Tempos, ed. Inst. Açoriano de Cultura, 1978; Memoração Ribeiriana (sobre Luís da Silva Ribeiro), ed. Inst. Histórico da Ilha Terceira, 1982; Notabilidade de Dacosta, Angra do Heroísmo, 1983; O Galeão de Malaca no Porto de Angra em 1659: Um Processo Judicial – Linschoten, ed. Inst. Histórico da Ilha Terceira, 1984; Baleias e Baleeiros – Açorianos nos Sete Mares e Ancorados nas Suas Ilhas, Angra do Heroísmo, 1988. Organizou, anotou e prefaciou: Luís Ribeiro, Subsídios para Um Ensaio sobre a Açorianidade, Angra do Heroísmo, colecção «Ínsula», 1964; id., Obras, 3 vols., ed. Inst. Histórico da Ilha Terceira / Secretaria Regional da Educação e Cultura, 1982-1983.

Em 1989 foi condecorado com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

 

Manuel Machado

Nasceu na vila das Lajes, Praia da Vitória, em 1932, e morreu em 2014, na Noruega, país onde vivia desde 1974.

Foi funcionário administrativo da Força Aérea Portuguesa na Base Aérea n.º 4, nas Lajes, até 1961, quando decidiu abandonar a Terceira. Fixou-se em Lisboa onde viveu até 1963 e nesse ano emigrou para França vivendo até 1971 em Paris  e também em Londres para onde se mudou em 1971. Em Paris fez estudos que não completou, em Psicologia na École de Haute Études. Participou na vida cultural da emigração portuguesa em Paris e Londres estando representado em antologias dessa época. Casou com uma senhora norueguesa fixando-se a partir de 1974 em Oslo como funcionário da Biblioteca da Universidade. Colaborou, em 1983, no estudo colectivo da UNESCO Two Cultures, onde publicou um ensaio intitulado «Living in Two Cultures».

Foi um escritor da escola surrealista com vasta obra publicada distinguindo-se o conto de entre os seus escritos que abrangem a novela, a crónica, a prosa poética e o memoralismo. Foi colaborador da revista Atlântida, do Instituto Açoriano de Cultura, de que foi sócio e do suplemento literário «Quarto Crescente», do jornal angrense Diário Insular, coordenado por Álamo Oliveira.

Foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de oficial da Ordem de Mérito (1999) e recebeu a medalha de valor cultural da Câmara Municipal da Praia da Vitória (2000).

Obras principais. (1981), Enquanto os coveiros dormem. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura [2.ª ed., corrigida e aumentada, Angra do Heroísmo, Edições BLU, 2005]. (1988), Virtudes, reis moscas e outras hortaliças. Angra do Heroísmo, Instituto Açoriano de Cultura. (2002), Quebra-cabeças e nozes. Lisboa, Salamandra. (1993), VrangstruperOslo, Gyldendal. (1996), LosrivelseOslo, Gyldendal.

 

Norberto Ávila

Nasceu em Angra do Heroísmo em 1936, e morreu em Lisboa a 11 de Maio de 2022. Foi romancista, dramaturgo, contista e poeta.

Frequentou a Universidade do Teatro das Nações, em Paris, de 1963 a 1965; em Lisboa, em 1973-75, criou e dirigiu a revista Teatro em Movimento; na Secretaria de Estado da Cultura chefiou a divisão do Teatro, durante 4 anos (1974-78), mas abandonou o cargo, nesta data, para se entregar ao ofício de dramaturgo. No entanto, ainda dirigiu, na Rádio Televisão Portuguesa, uma série de programas dedicados à actividade teatral portuguesa, com o título genérico «Fila 1», em 1981-2. Paralelamente, traduziu obras de consagrados escritores e dramaturgos.

Com perfeito domínio da técnica teatral, as suas obras representam consegue uma plena vivacidade do diálogo, uma boa definição das personagens, um humor inteligente e uma inegável riqueza poética. A diversidade temática percorre mitos da Grécia Antiga e da literatura mundial, mergulha nos temas bíblicos e da história de Portugal e penetra nos problemas político-sociais contemporâneos. Com formação humanista, procura nas suas obras escalpelizar relações sociais com o objectivo de provocar reacções transformadoras e construtivas. Os seus trabalhos têm sido representados por numerosas companhias portuguesas e estrangeiras. O texto mais conhecido, As Histórias de Hakim, foi traduzido em 16 idiomas e representado na Alemanha, Áustria, Checoslováquia, Coreia do Sul, Croácia, Eslovénia, Espanha, Holanda, Roménia, Sérvia e Suíça. Pela qualidade da sua obra foi premiado 7 vezes, até ao presente (1998). Para além de dramaturgo, é autor de um romance (inédito), conto e poesia publicada em diversos jornais. Colaborou na Enciclopédia Luso-Brasileira, com diversos verbetes relacionados com o teatro, e tem vários artigos nas revistas Panorama e Teatro em Movimento. Os Açores também estão presentes na sua obra. Em O Homem Que Caminha sobre as Ondas debruça-se sobre a emigração para o Canadá; em A Paixão segundo João Mateus, versa a Paixão de Cristo de forma dramática, com linguagem popular da ilha Terceira, na perspectiva de um poeta popular, João Mateus; Antero de Quental e a Geração de 70 são abordados no romance No mais Profundo das Águas.

Obras principais: A Descida aos Infernos. Separata de Rumo, Lisboa. (1960), O Homem Que Caminha sobre as Ondas. Peça em 3 actos. Lisboa, ed. do autor. (1963), O Servidor da Humanidade. Peça em 1 acto. Lisboa, Ed. Panorama. (1968), As Histórias de Hakim. Peça em 3 actos. Lisboa, Ed. Panorama [tem mais duas edições em Portugal e quatro na Alemanha]. (1972), A Ilha do Rei Sono. Lisboa, Plátano Ed. [2.ª ed. 1977; tem uma edição em alemão]. (1976), As Cadeiras Celestes. Farsa popular em dois actos. Lisboa, Prelo Ed. (1983), A Paixão segundo João Mateus. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura. (1987), D. João no Jardim das Delícias. Lisboa, Ed. Rolim. (1988), Viagem a Damasco. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura. (1990a), Florânia ou A Perfeita Felicidade. Ponta Delgada, Ed. Signo. (1990b), Magalona Princesa de Nápoles. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura. (1990c), As Viagens de Henrique Lusitano. Lisboa, Sociedade Portuguesa de Autores. (1992a), A Donzela das Cinzas. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura. (1992b), Arlequim nas Ruínas de Lisboa. Lisboa, Escola Superior de Teatro e Cinema. (1994), Os Doze Mandamentos. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura. (1997a), O Marido Ausente. Lisboa, Ed. Colibri. (1997b), Uma Nuvem sobre a Cama. Lisboa, Ed. Colibri, Frente à Cortina de Enganos. Ponta Delgada, Ed. Letras Lavadas (2022 – post mortem).

 

Emanuel Félix

Nasceu e morreu em Angra do Heroísmo, em 1936 e em 2004, respectivamente.

Poeta, professor, ensaísta e técnico de restauro artístico, Emanuel Félix viveu a maior parte da sua vida na ilha Terceira, exceptuando-se estadias em França e na Bélgica (onde estudou técnicas de conservação e restauro, bem como história da arte). Ensinou também na Escola Superior de Tecnologia de Tomar.

É enquanto poeta que Emanuel Félix se afirma como uma das vozes literárias açorianas mais destacadas da segunda metade do século XX. Desde jovem e juntamente com Rogério Silva e Almeida Firmino esteve ligado à Gávea (Revista Açoriana de Arte), onde publicou uma «Breve Antologia de Poesia Açoriana». Em 1958 publica o seu primeiro livro de poesia, Sete Poemas, geralmente identificado como precursor do concretismo, precedendo os poetas e a poesia que nos anos 60 reinventaram a plasticidade do discurso poético, entendido como parente próximo da figuração visual. A partir daí, confirma-se a estreita relação que a sua poesia estabelece com as artes plásticas e com a música: em O Vendedor de Bichos (de 1965) a poesia de Emanuel Félix dialoga com a pintura de Miró e de Picasso, com a tapeçaria de Lurçat e com a escultura de Henry Moore; em As Quatro Estações de António Vivaldi (1965) ecoa a música de Vivaldi, reencontrado na forma de sonetos de nítida sonoridade neo-barroca.

Obras principais: (1958), Sete Poemas. Angra do Heroísmo, Diário Insular. (1965), O Vendedor de Bichos (2.a ed., Angra do Heroísmo, ed. do autor, 1971). (1977), A Palavra o Açoite. Coimbra, Centelha. (1984), A Viagem Possível (Poesia ? 1965/1981). Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura. (1985), Seis Nomes de Mulher. Angra do Heroísmo, Jornal A União. (1992), O Instante Suspenso. S.l., Ínsula. (1997), Habitação das Chuvas. Angra do Heroísmo, SerSilito, Empresa Gráfica. (2003), 121 Poemas Escolhidos (1954-1997). Lisboa, Edições Salamandra.

 

Álamo Oliveira

Álamo Oliveira nasceu na freguesia do Raminho, em Angra do Heroísmo, a 2 de Maio de 1945. É um dos mais aclamados escritores e poetas açorianos da actualidade.

Foi catalogador na Biblioteca Pública e Arquivo de Angra (1970-71). Funcionário Administrativo no Departamento Regional de Estudos e Planeamento. Em 1982, foi transferido para a Direcção Regional da Cultura e, após a aposentação, foi convidado a colaborar, até 2010, na Direcção Regional das Comunidades.

É um dos membros fundadores do grupo de teatro Alpendre, com sede em Angra do Heroísmo e o mais antigo agrupamento de teatro dos Açores, atualmente com 34 anos de vida. A 10 de Junho de 2010, nas comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades, Álamo Oliveira recebeu o grau de Comendador da Ordem do Mérito.

Obras principais: Pão Verde, ed. do autor, prefaciado por Natália Correia, Angra do Heroísmo, 1971, Os quinze misteriosos mistérios, ed. do autor, Angra do Heroísmo, 1976, Eu fui ao Pico piquei-me, ed. do autor, Angra do Heroísmo, 1980, Nem mais amor que fogo (de parceria com Emanuel Jorge Botelho), ed. dos autores, Angra do Heroísmo, 1983, Missa Terra Lavrada, 1984 – ed. DRAC, Um Quixote – 2ª edição, 1974, Morte ou Vida do Poeta, 1974, Burra preta-com uma lágrima, Companhia das Ilhas (2.ª edição, 2018), Triste vida leva a garça, Edições Ulmeiro, Lisboa, 1984, Até Hoje (Memórias de Cão), Edições Ulmeiro, Lisboa, 1986 e Companhia das Ilhas (2.ª edição, 2018), Pátio d’Alfândega Meia-Noite (1992), e Companhia das Ilhas (2.ª edição, 2018), Já Não Gosto de Chocolates, Edições Salamandra, Lisboa, 1999, e e Companhia das Ilhas (2.ª edição, 2018), Murmúrios com vinho de missa, Letras Lavadas, Angra do Heroísmo, 2013), Com Perfume e com Veneno, 1997 – ed. Salamandra.

 

José Henrique dos Santos Barros

Nasceu em 1946 em Angra do Heroísmo, e morreu em Mérida, Espanha, em 1983. Após a conclusão de estudos secundários, empregou-se como funcionário público. Anos depois, deu início àquela que viria a ser a «aventura» da sua vida: a poesia, a animação cultural, o suplementarismo e o ensaio literário, o sindicalismo, a literatura.  O seu nome não pode deixar de associar-se a um movimento de renovação inscrito, nos Açores, desde a criação (por Carlos Faria) do suplemento «Glacial», no jornal angrense A União (foi seu coordenador entre 1972 e 1974). J. H. Santos Barros acreditou na possibilidade de unir numa só frente uma postura de vanguarda ideológica, militante, com a ideia libertária de uma cultura em duplo: popular e de grupo. Com outros intelectuais angrenses, fundou a galeria de artes plásticas «Degrau»; animou cooperativas, sindicatos, rádios e jornais; fundou e dirigiu o suplemento «Cartaz» (nova série, 1972-1974) e a revista A Memória da Água-Viva, de parceria com Urbano Bettencourt (1978-1980). Mas foi no suplemento «Contexto», do jornal Açores (quando, residindo já em Lisboa, de 1979 até a data da sua morte) que mais e melhor sistematizou todo um trabalho de animação e coordenação que se estenderia à crítica, à polémica literária, à ensaística de fundo e até a uma curiosa experiência heteronímica que o levaria a subscrever, com diversos nomes, posições e conceitos propositada e provocatoriamente contraditórios. Foi assim, por exemplo, em relação à controversa questão da existência (ou não) de uma «literatura açoriana», que muito interessou os escritores açorianos da sua geração.

Faleceu vítima de acidente de viação, com a sua mulher, a escritora Ivone Chimita.

Obra Poética (1964), poemas na Novíssima Poesia Açoriana. Angra do Heroísmo, ed. dos autores [com Gil Reis]. (1968), Aventura em Sete Poemas. Lisboa, ed. do autor. (1970), Canto de Abril. Lisboa, Ed. Panorama. (1971), Imagem Fulminante. Angra do Heroísmo, Galeria Gávea. (1913), Testes e Versos Para Andar na Rua. Angra do Heroísmo, Galeria Degrau (ed. a stencil). (1974), Topiária. Angra do Heroísmo, Galeria Degrau (ed. mimeografada). (1976), As Crónicas. Lisboa, ed. do autor (policopiado). (1979), A Humidade. Lisboa,  Cooperativa Semente. (1979), Os Alicates do Tempo. Porto,  Ed. Afrontamento. (1981), São Mateus, Outros Lugares e Nomes. Lisboa, Ed. Vega.

Obra Ensaística (1977), 20 Anos de Literatura e Arte nos Açores. Lisboa, ed. do autor. (1981), O Lavrador de Ilhas. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura, I.

 

Carlos Enes

Nasceu em Vila Nova, na Praia da Vitória a 10 de Março de 1951.

Estudou no Liceu de Angra do Heroísmo, licenciou-se em História na Faculdade de Letras de Lisboa (1979) e fez o mestrado em História dos Séculos XIX e XX na Universidade Nova de Lisboa (1993). Professor do ensino secundário, desde 1978, exerceu também a docência na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo (1981-1984), onde foi chefe do Departamento de História e Geografia, e na Universidade Aberta, Lisboa, de 1996 a 2003.

Com uma opção de esquerda no panorama político nacional, foi militante do PCP entre 1974 e 1986, havendo na juventude participado, como dirigente, na JEC e na Conferência de S. Vicente de Paulo.

Nos anos 80, foi colaborador assíduo do jornal Farol das Ilhas, publicado na capital e continuador dessa oposição ao regime político de autonomia constitucional açoriana.

É autor de uma vasta e muito significativa obra de investigação histórica açoriana, também ela marcada pelas suas opções de esquerda e pela teoria marxista, ainda que cientificamente correcta e já sem as marcas do combate político dos seus escritos anteriores.

Começou por publicar artigos na Revista História e Sociedade, em que aparecem alguns temas, que posteriormente veio a desenvolver. A sua investigação tem-se dirigido a temas de cultura popular, como as Danças de Entrudo, o Carnaval e os temas de história política ligados aos círculos de resistência democrática e popular ao Estado Novo, onde tem utilizado uma fértil investigação, documentação inédita e um método de dialéctica histórica de inspiração marxista.

A sua obra de maior fôlego é um estudo exemplar sobre a Economia Açoriana entre as Duas Guerras Mundiais, em que analisa as actividades mais relevantes para a economia do arquipélago e apresenta uma interpretação global para a compreensão da história social, política e económica de um período tão decisivo e tão desconhecido e onde demonstra um profundo conhecimento das complexas linhas de força da sociedade insular.

Colaborou no Dicionário de Educadores Portugueses e é um dos mais destacados da Enciclopédia Açoriana. J. G. Reis Leite

Obras Principais. (S.d.), O Carnaval na Vila Nova. Lisboa, Salamandra. (1978), Que Futuro para os Açores?. Lisboa, Ed. Caminho [em co-autoria]. (1980), As Danças do Entrudo. Lisboa, Ed. Ilhas. (1989), O Carnaval Angrense no primeiro terço do século XX. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, XLVII: 291-365. (1990), Ponta Delgada: o movimento de contestação à política do Estado Novo em 1932-1933. Ibid., XLVIII: 507-536. (1994), A Economia Açoriana entre as duas Guerras Mundiais. Lisboa, Salamandra. (1996), A Casa dos Açores em Lisboa. Lisboa, Casa dos Açores. (1995), Escritos Político-Administrativos, vol. IV, de Luís da Silva Ribeiro. Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira [org. e estudo introdutório]. (2001), A Memória Liberal na Ilha Terceira. Lisboa, Salamandra.

Vamberto Freitas

Nasceu nas Fontinhas, Praia da Vitória, a 27 de Fevereiro de 1951. Iniciou os estudos secundários no então Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, mas logo emigrou com a família para os Estados Unidos, indo fixar-se em Porterville, no Vale de São Joaquim, na Califórnia.

Estudou na California State University (Fullerton) onde obtém uma licenciatura em Estudos Latino-Americanos e na mesma universidade faz estudos de pós-graduação em Literatura Americana e Literatura Comparada. Em seguida, concluídos os estudos pedagógicos no Chapman College (Fullerton), lecciona na Escola Secundária de Cerritos, Califórnia.

Vamberto Freitas começa então a distinguir-se pela qualidade da sua actividade jornalística, publicando em jornais norte-americanos de língua portuguesa; nesse período, é nomeado correspondente estrangeiro na Califórnia do Diário de Notícias (Lisboa), funções que exerce de 1979 até 1991, data em que decide fixar-se nos Açores, em Ponta Delgada.

Regressado aos Açores, ao mesmo tempo que continua a colaborar no suplemento literário do Diário de Notícias, presta colaboração, por um breve trecho, à RTP-A e ingressa, como Leitor de Língua Inglesa, na Universidade dos Açores. É nomeado representante da Assembleia Legislativa Regional dos Açores no conselho nacional de opinião da RDP, cargo que exerceu por cerca de três anos.

Com o seu regresso e a sua entrada como docente da Universidade dos Açores, Vamberto Freitas inicia um período de afirmação como crítico literário. A sua área de interesses incide sobre a new world fiction, a literatura da emigração portuguesa e, de forma especial, sobre a literatura açoriana e a chamada «literatura étnica» norte-americana, com particular enfoque sobre a geração de escritores luso-descendentes, emergente nos finais do século XX.

A par da docência, a sua atividade de crítico literário revela-se muito produtiva, com a publicação de uma dezena de livros e de grande número de títulos em revistas e suplementos culturais, ao mesmo tempo que participa, com comunicações, em jornadas e congressos de literatura norte-americana e cultura açoriana, no Canadá, Estados Unidos da América, Portugal (Açores, continente e Madeira), e em outros países.

Em 1995, fundou o SAC, Suplemento Açoriano de Cultura, caderno literário do Correio dos Açores (Ponta Delgada), que coordenou até à sua extinção, em 2001. Em 2003, funda o SAAL, Suplemento Açoriano de Artes e Letras, publicado como caderno autónomo da revista Saber/Açores (Ponta Delgada).

A sua intervenção neste campo incute uma nova dimensão e um novo sopro ao suplementarismo literário, em particular nos Açores, conferindo-lhe um papel destacado no panorama da crítica literária, de modo especial no universo de referência cultural de raiz açoriana.

Obras principais. (1990), Jornal da Emigração. A L(USA)lândia Reinventada. Angra do Heroísmo, Gabinete de Emigração e Apoio às Comunidades Açorianas. (1992), Pátria ao Longe. Jornal da Emigração II. Ponta Delgada, Signo. (1992), O Imaginário dos Escritores Açorianos. Lisboa, Salamandra. (1993), e Letras Lavadas (2.ª edição), Para Cada Amanhã. Jornal de Emigrante. Lisboa, Salamandra. (1994), América. Entre a Realidade e a Ficção. Lisboa, Salamandra. (1995), Entre a Palavra e o Chão. Geografias do Afecto e da Memória. Ponta Delgada, Jornal de Cultura. (1998), Mar Cavado. Da Literatura Açoriana e Outras Narrativas. Lisboa, Salamandra (1999), A Ilha em Frente. Textos do Cerco e da Fuga. Lisboa, Salamandra. (2002), O Homem que era feito de Rede, trad. do conto de Katherine Vaz, Man Who Was Made Of Netting. Lisboa, Salamandra. (2002), Jornalismo e Cidadania: Dos Açores à Califórnia. Lisboa, Salamandra (2002), bordercrossings – leituras do transatlântico 1, 2, 3, 4, 5 e 6 (Letras Lavadas).

 

Marcolino Candeias

Nasceu a 28 de Agosto de 1952 em Angra do Heroísmo e faleceu a 1 de Maio de 2016, na mesma cidade.  Tendo completado os estudos secundários na sua cidade natal, revelou-se como poeta, ainda estudante liceal, em páginas académicas e na «Glacial», suplemento literário de A União, vindo a publicar Por ter escrito Amor (1971), conjunto de poemas que, na época, causou sensação junto dos mais jovens e alguma celeuma junto dos mais velhos; participou então em diversas actividades culturais, tendo sido sócio da Cooperativa Sextante, estando muito próximo da acção cultural então liderada por José Orlando Bretão, ao qual se ligou por fortes laços de amizade. Obteve o bacharelato em Filologia Românica e, em seguida, a licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas na Universidade de Coimbra. Professor estagiário do ensino secundário, foi assistente de Linguística na Universidade dos Açores e na Universidade de Coimbra. O seu percurso profissional passa pelo Canadá, onde foi professor convidado (leitor) de Língua, Literatura e Culturas Portuguesa e Brasileira no Département d’Études Anciennes et Modernes da Universidade de Montreal, Quebeque, tendo sido também chefe da Secção de Estudos Portugueses e Brasileiros do mesmo departamento; no âmbito da sua actividade docente, participou em vários congressos e proferiu diversas conferências e palestras.

Regressado aos Açores, foi director da Casa da Cultura da Juventude de Angra do Heroísmo, cargo que ocupou de forma relevante até ser nomeado Director Regional da Cultura no último ano de mandato do VII Governo Regional e, em seguida, do VIII Governo. Marcolino Candeias é considerado uma das vozes mais importantes do grupo a que pertenceu e a que se convencionou chamar Geração Glacial, fundamentalmente preocupado com os valores mais profundos relacionados com a sociedade, a liberdade, a democracia e o papel do homem neste contexto e que trouxe um contributo considerável à actividade literária nos Açores. Sem dúvida, um dos maiores poetas do arquipélago, tem colaboração dispersa por jornais e revistas nacionais e estrangeiras, bem como alguns poemas traduzidos para inglês e eslovaco. É também autor de histórias orais, de que existem registos videográficos, que relatam a visão de um antigo emigrante terceirense de origem rural na Califórnia (Joe Canoa), sobre os valores e comportamentos do mundo envolvente. Está representado em numerosas antologias poéticas.

Obras. (1971), Por ter escrito Amor. Angra do Heroísmo, Ed. do autor. (1984), Na distância deste tempo. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura.

 

Eduardo Ferraz da Rosa

Nasceu na Praia da Vitória, em 1954. É professor universitário, investigador, escritor e ensaísta, com vasta obra publicada em Livros, Jornais e Revistas.

É  Licenciado e Doutorado em Filosofia na Universidade Católica Portuguesa e é actualmente Professor-Assistente na Universidade dos Açores. Foi Conselheiro Nacional de Educação pela Região Autónoma dos Açores (1991-92). Foi Consultor do Governo Regional dos Açores e das Câmaras de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, Investigador na Biblioteca e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, e Director da Biblioteca e Centro de Documentação do Hospital da Ilha Terceira. Investigador Associado do SEEBMO-Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular/HSEIT. É Membro do Instituto Cultural de Ponta Delgada, do Instituto Açoriano de Cultura e Sócio de Mérito e Delegado da SHIP (Sociedade Histórica da Independência de Portugal) na Região Autónoma dos Açores. Membro do Conselho de Direcção da Revista “Nova Águia”. Foi Professor Convidado da Universidade dos Açores (Curso de Filosofia e Cultura Portuguesa, 2010/11) e é Membro do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira (Lisboa) e ex-Presidente da Mesa do Instituto Histórico da Ilha Terceira.

É irmão de Ana Ferraz da Rosa.

 

Ana Ferraz da Rosa

Ana Maria Ferraz da Rosa M. Pinheiro nasceu na Praia da Vitória, a 11 de Dezembro de 1955. Estudou Dança Clássica nos Açores, em Lisboa e nos Estados Unidos. Foi professora no Conservatório Regional dos Açores e no seu próprio estúdio de Dança Clássica, na sua cidade natal. Fez parte do Grupo de Dança Contemporânea EsPectrus e do Ballet-Teatro Arquipélago. Licenciada pelo Departamento de Ciências da Educação da Universidade dos Açores, na vertente opcional das Necessidades Educativas Especiais, foi professora do 1.º e do 2.º ciclos do Ensino Básico.

Vive em Porto Martins, onde se dedica actualmente às Artes Plásticas (Pintura) e escrita, tendo escrito Crónica das Visitas. Ponta Delgada, Publiçor (2011) e A Cidade Sem Nome. Ponta Delgada, Letras Lavadas edições (2018).

É irmã de Eduardo Ferraz da Rosa.

 

Joel Neto

Joel Neto nasceu em 1974, em Angra do Heroísmo. Começou a escrever para a imprensa, ainda como amador, aos 15 anos, no jornal Diário Insular. Mudou-se para Lisboa aos 18 anos, para estudar Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, mas o jornalismo manteve-se a sua principal actividade.

Durante década e meia, trabalhou em jornais e revistas, na televisão e na rádio, nas qualidades de repórter, editor, chefe de redacção, autor de conteúdos e apresentador. Diário de NotíciasGrande Reportagem, Volta ao Mundo, NS’Focus, Jornal de Notícias e O Jogo são apenas algumas das publicações a que ligou o seu nome. Na estação pública açoriana de televisão, RTP/Açores, os seus programas Choque de Gerações (2004-2005) e História da Minha Vida (2005-2007) atingiram alguma notoriedade. Foi colaborador da TSF-Rádio Jornal, integrou o painel de comentadores de golfe da estação SportTV e ganhou os prémios José Roquette, Gazeta de Reportagem e Jornal da Praia.

É um dos protagonistas do agregador “Notáveis dos Açores” e membro do Conselho Regional de Cultura da Região Autónoma açoriana. Integra desde Setembro de 2019 o painel da rubrica O Fio da Meada, das manhãs da RDP-Antena 1.

Escreveu cerca de dezena e meia de livros dos mais diferentes géneros e começou por atingir os tops de vendas nacionais com Arquipélago (romance, 2015) e A Vida no Campo (diário, 2016), ambos igualmente bem acolhidos pela crítica. O seu mais recente romance, Meridiano 28, foi editado na Primavera de 2018, com a chancela da Cultura Editora, e não tardou a destacar-se também crítica e comercialmente.

Tem livros e contos traduzidos e/ou publicados em países como Reino Unido, Espanha, Itália, Polónia, Brasil ou Japão. O seu diário, A Vida no Campo, foi adaptado ao teatro pela Companhia Narrativensaio, num espectáculo que percorreu o país.

Estreou em Agosto de 2019 o documentário O Caminho de Casa, realizado por Arlindo Horta, e em que co-assina produção e o argumento com Catarina Ferreira de Almeida, sua mulher.

 

Luís Filipe Borges

 

Nasceu em Angra do Heroísmo, a 5 de Agosto de 1977. É um famoso apresentador, guionista, actor, escritor e humorista, conhecido pela sua alcunha ‘Boinas’. Luís Filipe Borges apresentou o programa de stand-up comedy Sempre em Pé na RTP2, mas antes, foi o anfitrião das quatro séries do talk-show A Revolta dos Pastéis de Nata, de grande êxito do mesmo canal. Participou ainda em O Homem que Mordeu o Cão (TVI), Feitos ao Bife (RTP1), e co-apresentou com o Prof. Fernando Casqueira Conta-me História (RTP1).

Apresentou o 5 Para a Meia-Noite e foi co-apresentador do programa de rádio 5 Para o Meio-Dia, em conjunto com os outros apresentadores do 5 Para a Meia-Noite, tal como aconteceu no predecessor deste programa, o Fora do 5. Participa também em diversos projectos humorísticos, esteve ligado à empresa Produções Fictícias, colabora com a imprensa e tem livros publicados em vários géneros. Colabora/ou com o RCP, a revista Maxmen, o jornal A Bola e o semanário SOL.

Como escritor publicou Mudaremos o Mundo Depois das 3 da Manhã (2003) – Poesia, Sou Português, e Agora? (2006), O Playboy que Chora nas Canções de Amor (2007), e A Vida É só Fumaça (2010) e Mal-Amanhados – Os Novos Corsários das Ilhas (2020), em co-autoria com Alexandre Borges e Nuno Costa Santos.

É irmão de Alexandre Borges.

 

Alexandre Borges

Nasceu em Angra do Heroísmo em 1980. Este escritor e argumentista, é licenciado em Filosofia e formador de Argumento. Escreveu para a televisão diversos documentários e integrou as equipas responsáveis por Zapping, Equador, CQC – Caia Quem Caia ou Música Maestro. Colaborou com o Rádio Clube Português, O Inimigo Público e a revista Atlântico. Foi director do Cénico de Direito, encenador dos ACR Hipócritas, editor de cultura de A Capital e crítico de cinema do jornal i.

É autor de As Vitórias Impossíveis na História de Portugal (Casa das Letras, 2014), Dez Histórias De Amor Em Portugal (narrativa, Editorial Notícias, 2003); Heartbreak Hotel (poesia, Livramento, 2005), Todas As Viúvas de Lisboa (romance, Quetzal Editores, 2009),  Histórias Secretas De Reis Portugueses (narrativa, Casa das Letras, 2012), e O Boato. Introdução ao pessimismo (aforismos, Companhia das Ilhas, 2013) e Atenção ao Intervalo Entre o Caos e o Comboio (N9na Poesia, 2020).

 

Diogo Ourique

Diogo Ourique nasceu em 1991 e é natural da freguesia da Agualva, Praia da Vitória. Formado em Comunicação e Jornalismo pela Universidade de Coimbra, já trabalhou no Diário Insular, como jornalista e cronista, no Rádio Clube de Angra, como jornalista e locutor, e na Representação da Comissão Europeia em Portugal, como assessor. Também fez parte da empresa de comunicação NextPower Storysellers, como copywriter e guionista. Vai escrevendo em blogues e noutros suportes do género. É coordenador editorial da revista literária grotta – arquipélago de escritores, da editora Letras Lavadas, e Tirem-me deste livro (Letras Lavadas edições) é o seu mais recente trabalho.

 

Fontes:

http://lusofonia.x10.mx/acores/acorianos_cronologia.htm

http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea

https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Joaquim_Moniz_de_Bettencourt

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfredo_de_Mesquita

http://www.jornaldapraia.com/noticias/ver.php?id=801

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_da_Silva_Ribeiro

https://philangra.blogspot.com/2018/03/frederico-lopes-1896-1979.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Vitorino_Nem%C3%A9sio

http://companhiadasilhas.pt/autor/alamo-oliveira/

http://bagosdeuva.blogspot.com/2013/08/joao-afonso.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joel_Neto

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Filipe_Borges

http://companhiadasilhas.pt/autor/alexandre-borges/

http://www.discoverazores.org/arts/artist.php?da=572

 

Estes são alguns dos 22 autores que provam que a Terceira é uma ilha de escritores, mas há muitos mais! Já leu algum destes autores? Quem mais falta na lista? Comente aqui!

 

Leia aqui o artigo 13 provas de que Ponta Delgada é uma cidade de poetas!