Mini-Entrevista a Teresa Canto Noronha: “Tantas pessoas parecem confundir jornalismo com pseudo-notícias sem qualquer credibilidade”
A jornalista açoriana Teresa Canto Noronha irá lançar no dia 13 de Novembro, às 18:00 h, o seu primeiro livro, Notas da Ilha, por Lena Goulart, na Livraria Letras Lavadas, em Ponta Delgada.
Com uma carreira de 30 anos no jornalismo, estando a trabalhar atualmente na SIC, a Agenda Açores quis saber as razões que levaram Teresa Canto Noronha querer editar agora o seu primeiro livro. Pedimos também que partilhasse connosco um pouco sobre a sua vida e a relação que tem com a sua cidade natal, Ponta Delgada, e com a que vive na actualidade, Lisboa, e os principais desafios do jornalismo nos dias que correm.
Quanto a Lisboa, tornou-se uma capital muito cosmopolita nestes mais de 30 anos. Uma cidade onde me sinto em casa e onde, mesmo com a enchente de alojamentos turísticos, ainda há muitos bairros que são o que sempre foram: microcosmos alfacinhas.
Depois de alguns anos sem ir frequentemente à ilha, a reaproximação tem sido tão intensa, as memórias regressaram tão fortes, e a identificação como pertencendo a um lugar, tão intrinsecamente presente, que só fazia sentido passá-las para palavras escritas.
Durante dois anos, foram publicadas na página de Facebook que criei mas sempre com a noção de que, um dia, poderiam ganhar a forma de livro. O desafio foi-me lançado, primeiro, pelo Nuno Costa Santos, a quem devo a motivação para sair da Internet e a quem, também devo, o ter-me posto em contacto com a Letras Lavadas.
O jornalismo surgiu em 1988 com um estágio no antigo jornal Semanário e depois, em 89, com a entrada para a RTP, onde estive até 2003. Fui eu que me propus ir estagiar para o jornal, para ver se era mesmo aquilo que queria fazer. E nunca mais parei.
Nos últimos anos na RTP fui correspondente em Bruxelas e, depois, mudei-me para Roma onde vivi até 2006 e onde comecei a trabalhar para a SIC – onde estou até hoje.
O jornalismo enfrenta alguns dos maiores desafios a que assistimos nos últimos anos, sobretudo a falta de sentido crítico e a facilidade com que tantas pessoas parecem confundir jornalismo com pseudo-notícias sem qualquer credibilidade.
É preciso que os telespectadores, leitores e ouvintes se lembrem que a liberdade de imprensa, e a deontologia que rege o trabalho da grande maioria dos jornalistas são, também, garantes da democracia e da liberdade de escolha.
Entrevista elaborada por Ana Oliveira
O livro Notas da Ilha encontra-se à venda na Livraria Letras Lavadas e na sua loja online, na seguinte ligação: https://www.letraslavadas.pt/loja/cronica/notas-da-ilha/
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