Mini Entrevista a Almeida Maia: “Um escritor que não se deixa levar pelo impulso da criação dificilmente criará algo de diferente”
Almeida Maia irá lançar muito brevemente o seu mais recente livro A Viagem de Juno, e a Agenda dos Açores decidiu fazer uma pequena entrevista ao autor que nos desvenda um pouco mais sobre o seu novo livro, e nos fala sobre o seu interesse pela ciência, pelas viagens e pela condição humana.
1 – Os seus grandes dois sucessos, Bom Tempo no Canal — A Conspiração da Energia e Capítulo 41 — A Redescoberta da Atlântida são de género policial, cuja narrativa se passa nos Açores e com uma boa dose de inovação científica e tecnológica. Porquê a escolha destes temas e deste género literário tão pouco usual na literatura açoriana?
Tenho por hábito dizer que escrevo ficção com base em ciência, uma forma de atribuir verosimilhança e contemporaneidade às histórias. Outro fator é uma necessidade que sinto em conferir emoção às personagens, daí a atração pelo lado policial. Pode ser uma conjugação pouco usual, mas, quando aliada aos cenários onde se desenrolam as histórias — especialmente os Açores — provoca um genuíno interesse por parte dos leitores.
2 – «Um escritor que não viaja, não escreve: circunscreve-se», é o slogan que se pode observar no seu site profissional. E todos os seus romances abordam grandes viagens ao redor do mundo. Qual a importância de viajar para o desenvolvimento profissional e pessoal para um escritor? Que local do mundo o inspirou mais na escrita e que país gostaria de visitar?
Esta frase tem duas interpretações: a primeira relaciona-se com a utilização da imaginação, ou seja, afirmo que um escritor que não se deixa levar pelo impulso da criação dificilmente criará algo de diferente; a segunda interpretação refere-se obviamente a uma viagem física, afirmando que é necessário um escritor abandonar o seu espaço geográfico para começar a descobrir outros mundos, pessoas ou realidades — o que não implica obrigatoriamente sair do país. Algumas viagens marcaram-me, efetivamente: Itália e Turquia são dois desses destinos, apesar de ainda não os ter retratado em livro. Um dos países que ainda espero conseguir visitar com um objetivo de inspiração para a escrita é o Japão. No entanto, não coloco de parte a possibilidade, por exemplo, de passar uma temporada numa das nossas ilhas meramente para escrever. É inspirador!
3 – Sabemos que vai lançar um novo livro. Será que pode levantar uma pontinha do véu?
“A Viagem de Juno” é uma narrativa apaixonante acerca de um possível futuro para todos nós, um amanhã em que os mares subiram, o clima mudou e as pessoas quase desistiram da aviação civil, em detrimento de velozes e confortáveis comboios subaquáticos. Apesar da escassez de água potável, de uma moeda única global e de a Europa se ter desunido, os Açores são um lugar apetecível e convidativo. Além de se tratar de uma aventura e de uma viagem estimulantes, noutro plano, este livro é uma chamada de atenção para possíveis cenários no quadro das mudanças climáticas, uma causa que deve ir além das intenções. Estou certo de que suscitará muita curiosidade junto dos leitores.
Redes sociais de Almeida Maia:
👉🏽 www.almeidamaia.com
👉🏽 facebook.com/AlmeidaMaiaAzores
👉🏽 twitter.com/palmeidamaia
Para mais entrevistas, clica aqui!