Terceira – Criativa’23 na BPARLSR

A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro promove a “Criativa ’23”, com o subtítulo “Actividades e Artes”, a decorrer entre os dias 15 e 18 de Novembro.

Os participantes terão a oportunidade de explorar estes temas de forma prática em workshops e oficinas bem como, através de conferências e de conversas, entre muitas outras actividades.

Programa:

17 de Novembro

18h00 – Conferência “Os Mercados da Arte nos Açores”, com Patrícia Sasportes.

A internacionalização do meio artístico, a dinâmica dos mercados da arte na região é afectada pelas oportunidades e desafios exclusivos que emergem de um contexto insular. Ainda assim, as instituições públicas e privadas, bem como os artistas e agentes do meio, têm um papel fundamental enquanto facilitadoras do crescimento dos mercados da arte nos Açores e as suas sinergias contribuem para um terreno fértil, favorecendo a criação, preservação e circulação de bens artísticos. Além disso, não se pode negligenciar a importância política da arte como agente catalisador para a mudança social e económica nos Açores, impactando positivamente o desenvolvimento sustentável das ilhas, bem como, dos artistas e agentes culturais activos nesta transformação cultural e económica. Por fim, à medida que a revolução digital transforma rapidamente a maneira como experimentamos e consumimos arte, as novas tecnologias de produção e divulgação artística, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento deste ecossistema a nível regional, nacional e internacional.

Patrícia Sasportes

Lisboa, 1988. Licenciada em Comunicação Social e Cultural pela Universidade Católica Portuguesa em 2011. Frequentou o Mestrado em Mercados da Arte, ISCTE. Actualmente é doutoranda em História da Arte Contemporânea, FSCH-UNL. Co-fundadora da escola de arte Mart em 2013, da qual foi directora até ao seu encerramento em 2021. Fundou a Base Escola de Arte em 2021 com André Almeida e Sousa com quem partilha as funções de direcção e coordenação pedagógica. Lecciona as disciplinas Mercados da Arte e Práticas Profissionais para Artistas e é tutora nos programas da Residência Artística.

21h00 – Exibição do Documentário “Entre Ilhas” | Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.

Amaya Sumpsi, antropóloga e realizadora espanhola, vai estar na Criativa’23, para uma conversa e exibição do seu filme, “Entre Ilhas”.

“Entre Ilhas” é um documentário filme-viagem, nomeado para os Prémios Sophia, na categoria de melhor documentário em longa-metragem e constitui uma caracterização das nove ilhas do arquipélago dos Açores.

A realizadora viajou pelo arquipélago dos Açores e através de diários, imagens de arquivo e de relatos de viajantes e de açorianos questionou a capacidade de o mar aproximar ou afastar as pessoas.

Biografia

Iniciou os seus estudos em cinema na Universidade de São Francisco, U.S.F. (Califórnia), e continuou em Madrid, onde se licenciou em Realização de Cinema e Televisão pela Escuela Superior de Artes y Espectáculos. Em Espanha trabalhou em várias longas-metragens, como assistente de realização. Depois de se mudar para Portugal, iniciou os seus trabalhos na área de documentário com realizadores como Christine Reeh, Tiago Pereira ou Raquel Castro. Em 2012 termina o mestrado em Antropologia e Culturas Visuais na Universidade Nova de Lisboa. A tese de mestrado ganha o prémio “Octávio Lixa Filgueiras”, outorgado pelo Museu Marítimo de Ílhavo ao melhor trabalho em Estudos do Mar, e o seu documentário “Meu pescador, meu velho” é seleccionado para mais de 20 festivais de cinema nacionais e internacionais, tendo obtido o prémio “Camacho Costa” para melhor documentário da lusofonia no Cine Eco 2013. Actualmente é aluna de doutoramento em Antropologia na FCSH-UNL, com a tese “Entre ilhas: etnografias da circulação nos Açores”, e prepara o próximo documentário, “Santorini Express”. É investigadora pertencente ao Núcleo de Antropologia Visual e Artes (NAVA) e colabora na programação de cinema para a Festa de Antropologia, Cinema e Arte de Lisboa (FACA) desde a sua primeira edição, em 2014.

18 de Novembro

10h00 – Oficina de Autoconhecimento, por Rita Evangelho.

Esta oficina, orientada por Rita Evangelho, mestre em psicologia clínica sistémica, pretende desenvolver a criatividade e o cultivo da espontaneidade dos participantes, através do recurso às artes plásticas. Se gostava de se conhecer melhor e, por essa via, aprofundar o conhecimento do outro e melhorar as relações sociais, venha participar na oficina.

Inscreva-se através do telefone 295 401 000 ou do e-mail dinamizacao.bparlsr@azores.gov.pt.

Nota Biográfica

Rita Evangelho, formadora, artista plástica autodidacta, mestre em psicologia clínica sistémica, com especialização em terapia de casal, sexologia clínica e arteterapia.

14h00 – Oficina de Cerâmica, com os artistas Renato Costa e Silva e Kerstin Thomas.

Durante quatro horas vai ser possível fazer todo o processo, desde a modelação de pequenas peças em grés de escultura até à decoração. Vai também participar no processo de cozedura, através de um forno de papel. No final, os participantes poderão levar as peças resultantes para casa.

A participação tem o valor de 40 euros, pagos directamente aos formadores.

Inscreva-se através do telefone 295 401 000 ou do e-mail dinamizacao.bparlsr@azores.gov.pt.

Renato Costa e Silva

Nascido em 1956 em Angra do Heroísmo, Açores, faz da cerâmica o seu meio de expressão modo de vida há 45 anos. Marcado pelas viagens e contacto com os grandes museus da Europa, decide seguir arquitectura em Hamilton/Canada em 1975. Mas a academia não consegue satisfazer a sua procura incessante de conhecimentos mais abrangentes, pelo que decide tratar da sua própria educação, beber tanto de fontes académicas como de mestres artesãos tradicionais. Inspirado pelas publicações de Daniel Rhodes, Michael Cardew e Bernard Leach, constrói o primeiro forno a lenha de chama invertida em 1980. Realiza um extenso trabalho de estudo e testes de barros e materiais cerâmicos da ilha Terceira para obter matéria-prima local de origem vulcânica. Tem realizado esculturas para espaços públicos e exposições individuais e colectivas em Portugal, EUA, França e Kuwait. Renato trabalha, em parceria com Kerstin Thomas, no seu atelier em Angra do Heroísmo e em Cerdeira/Lousã.

Kerstin Thomas

Nascida em 1964 e formada em escultura em madeira, chegou à cerâmica em 2015 devido à construção do Sasukenei-Forno sem Fumo, desenhado por Sensei Masakazu Kusakabe na Cerdeira. Seguem anos de workshops com o mestre japonês e outros formadores internacionais, para além de uma aprendizagem exaustiva de cerâmica no atelier de Renato Costa e Silva desde 2018. Apaixonada pelas cozeduras a lenha, pelo processo em si e pela partilha que proporciona entre ceramistas, procura o efeito da chama e das cinzas como complemento importante das suas peças. Kerstin trabalha em parceria com Renato Costa e Silva no seu atelier em Cerdeira/Lousã e Angra do Heroísmo, conciliando o trabalho artístico com o da direcção artística da Cerdeira Arts&Crafts School e da curadoria das exposições “Elementos à Solta-Art meets Nature” (desde 2006) e “De Mestres e Chefs” (desde 2019).

15h30 – Conversa Pequenos Paraísos, com a Investigadora Maria Manuel.

Pequenos Paraísos será uma conversa em que se abordam aspectos da relação dos angrenses com a natureza, e sobre a construção de espaços verdes enquanto locais de lazer, de fruição e de apreciação estética. Ou não fosse, geralmente, o Paraíso identificado com um jardim como o Jardim do Éden na Bíblia.

Biografia

Licenciada em História e Pós-Graduada em História Insular e Atlântica, Mestre em Museologia.

Principais áreas de investigação a história da museologia açoriana e os processos de patrimonialização de bens, as dinâmicas do coleccionismo privado, e a modelação da paisagem e a construção de espaços ajardinados, temas sobre os quais tem publicado vários estudos e artigos.

16h00 – Em substituição da atividade “Criadores de Sonhos”, venha ouvir o conto dos três porquinhos (na ponta dos dedos), a faveira que cresceu numa noite, o rouxinol salvo da morte pelas próprias lágrimas, a velhinha que enganou a morte e quiçá outras mais, histórias do arco da velha bidelha seringamintelha feronfonfelha, contadas pelo Ricardo Ávila.

Foto: DR

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