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Lançamento de livros de Chrys Chrystello
Abril 5 @ 21:00 - 22:30

No dia 5 de Abril às 21:00h, serão lançados os mais recentes livros, e mais pessoais que nunca, de Chrys Chrystello: “Crónica do Quotidiano Inútil: 50 Anos de Vida Literária”, “Liames e Epifanias Autobiográficas: ChrónicaAçores V (1949-2005) – Uma Circunavegação” e “Alumbramento: Crónicas do Éden – ChrónicaAçores VI (2005-2021) – Uma Circunavegação”, no Museu dos Baleeiros.
Crónica do Quotidiano Inútil – 50 Anos de Vida Literária
Uma Poesia do real e da análise como meditara Cesário, mas noutra clave, em que a palavra, o texto, a estrutura circular do sentido – o real e a análise -, tudo isso se desintegra, estilhaça em vários fragmentos de forma e de sentido que é preciso reconjuntar para atingir o Poético e o Sentido. Tal, se bem a Entendo, a Poesia nesta Crónica do Quotidiano Inútil, em que Chrys Chystello a e se exprime.
Eduíno de Jesus
A escrita de Chrys Chrystello, neste livro, é mais uma sequência de memórias do que “crónicas”. O segredo está nos detalhes que incluem História, acontecimentos, nomes, datas, tudo num tom de linguagem muito pessoal que nos agarra de página em página, que nos apresenta a mundos conhecidos e desconhecidos, que contextualiza uma vida singular no meio das mais diferentes — por vezes, divergentes — culturas, línguas e modo de estar e ser que nos parecem estranhos, quando depressa nos damos conta da tragicomédia que a vida em toda a parte. Este estilo literário não é nada comum entre nós, preferimos o mexerico e maldizer do café ou das tertúlias exclusivistas que sempre proliferaram entre nós: Direi do autor o que uma vez um grande amigo residente no Canadá me disse: és um crítico americano que escreve em língua portuguesa.
Com Chrys Chrystello tenha, esta afinidade, sem nunca ser declarada: um pisado anglo-saxónico que nos transformou para sempre a nossa identidade e visão do mundo, e isto sem nunca abjurar as nossas origens multisseculares e que nada ficam a dever aos nossos outros mundos íntimos e significantes do nosso ser como cidadãos do mundo. Só os provincianos estranham estas experiências entre os mais diversos povos e presença, ora conhecida, ora desconhecida, no mundo.
Vamberto Freitas
Chrystello é o nosso Bill Bryson com as suas “Crónicas de uma pequena ilha,” com a diferença de que procura constantemente uma “renovada Atlântida” cada vez mais mítica e muito perto do universo da “Ilha Grande Fechada” do seu e nosso querido amigo Daniel de Sá. O espírito inquieto do autor, refletido nas crónicas de crítica social e política da urbe açórica, é uma procura permanente do Ideal que já vem do tempo de Antero, o democrata e republicano “daquela república que por ora não existe senão como ideia e aspiração,” espicaçando a nossa ancestral morrinha insular, conformados com o presente e pouco preocupados com o futuro. Vale a pena fazer esta viagem guiada (“uma circum-navegação”), que o Chrys nos presenteia neste livro, numa incursão em defesa da justiça social, da língua, da nossa literatura, dos nossos poetas e escritores, da nossa história, do presente e do futuro, mesmo que sob uma perspetiva crítica e ao mesmo tempo apaixonada destas ilhas. Não será por ironia que o cronista as chama de Éden. Ou será?
Osvaldo Cabral, Pico da Pedra, Outubro 2020