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Exposições do Centenário do Nascimento de Natália Correia
Setembro 13 @ 18:00 - 19:00

A Secretaria Regional da Educação e dos Assuntos Culturais e a Direcção Regional dos Assuntos Culturais, através da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada e do Museu Carlos Machado, celebram o centenário do nascimento de Natália Correia, no dia 13 de Setembro, pelas 18h00 com a inauguração de duas exposições na ilha de São Miguel.
A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem à sua guarda o vasto acervo documental de Natália Correia composto por milhares de documentos, fotografias e livros. “A exposição Natália Correia – Libertação e Absoluto” integra as celebrações do centenário de Natália Correia com o propósito de tornar público parte deste acervo documental. A divulgação do acervo e da obra deste ícone da Cultura e da Literatura é apresentada através de uma narrativa expositiva com estética contemporânea. Nas palavras de Ângela de Almeida, coordenadora cientifica, “esta exposição dará a conhecer o itinerário do seu pensamento através de uma obra multímoda, nomeadamente, através dos principais inéditos que escreveu, sobretudo na década de oitenta.”
Por seu turno, o Museu Carlos Machado tem à sua guarda grande parte do acervo pessoal de Natália Correia trazendo a público, no Núcleo de Arte Sacra, uma exposição, comissariada por Sílvia Massa, que oferece a oportunidade de fruir uma selecção de obras de arte que são o reflexo dos afectos, do círculo de socialização cultural no Botequim, das afinidades estéticas e das relações de trabalho que a escritora açoriana travou com nomes notáveis das artes plásticas portuguesas do século vinte. Num primeiro momento a exposição traz a público vários retratos icónicos que realçam a estetização da beleza aliada à encenação da pose e à presença impactante com que os artistas comumente a eternizaram através dos pincéis. Além disso, a exposição é marcada pelo pensamento intelectual da autora açoriana colocando especial ênfase na perseguição de que foi algo durante o regime autoritário do Estado Novo com a censura à sua obra interdita de circular. O posicionamento da autora face às questões culturais, sociais e políticas da sua época e a participação na vida política nacional após a Revolução de 1974 são os temas centrais dos derradeiros momentos da exposição, nos quais se inscrevem objectos e pertences pessoais que dialogam com a trajectória e a obra da escritora açoriana.
Natália Correia (Ponta Delgada, 13 de Setembro de 1923 – Lisboa, 16 de Março de 1993), citando Ângela de Almeida, é “ícone da Literatura e da Cultura Portuguesa e Europeia da segunda metade do século XX. Esta açoriana, poeta, ficcionista, ensaísta, jornalista, editora, parlamentar e paladina dos direitos humanos e da igualdade de género, viveu os primeiros 11 anos, em Ponta Delgada, sua cidade natal, tendo partido com mãe e a irmã para Lisboa, no ano de 1934. Visceralmente ligada à ilha natal e apaixonada pela interculturalidade do mundo, a sua biografia desenvolve-se maioritariamente durante a ditadura portuguesa que através da PIDE vigiava e perseguia a autora, a mãe e a irmã. Oito dos seus livros foram apreendidos e só puderam ver a luz do dia após o 25 de Abril. Desassombrada e iconoclasta, perseguiu o absoluto heterodoxo, matriz de uma outra morada, mais justa, mais fraterna, sob o signo do Amor Pentecostal”.