13 Animais Autóctones e Endémicos dos Açores é o que te propomos mostrar aqui neste artigo, desde aves, mamíferos, atrópodes e moluscos.
Segundo o portal do Governo dos Açores e o Siaram, as condições climatéricas, geográficas e geológicas do arquipélago deram origem a uma grande variedade de biótopos, ecossistemas e paisagens que propiciam um elevado número de habitats e uma interessante diversidade de espécies, algumas delas endémicas.
Actualmente o número total de espécies e subespécies terrestres está estimado em 6164, sendo 452 endémicas.
Os animais são os mais diversos em endemismos, compreendendo cerca de 73% dos endemismos terrestres dos Açores.
No Dia Mundial do Animal, 4 de outubro, o Top Azores pretende dar-te a conhecer alguns dos animais mais característicos do arquipélago, contando com animais autóctones e animais endémicos.
Aves
Painho-de-Monteiro (Hydrobates monteiroi)
Foto: PH Silva©Siaram
O Painho-de-Monteiro é uma espécie endémica dos Açores, sendo finalmente reconhecido como uma espécie de ave marinha independente do Painho-da-Madeira apenas em 2008. Antes, o Painho-de-Monteiro era conhecido por Painho-da-Madeira-de-época-quente. Mas, o investigador Luís Monteiro descobriu que as duas formas sazonais de Painho-da-Madeira nos Açores, para além de se reproduzirem em épocas diferentes, tinham uma morfologia e uma dieta diferentes, e que o teor de mercúrio nas penas e no sangue era também diferente. Além disso, as vocalizações do Painho-da-Madeira-de-época-quente dos Açores tinham uma sílaba a menos do que as do Painho-da-Madeira-de-época-fria. Recentes estudos genéticos mostraram que o Painho-da-Madeira-de-época-quente dos Açores era geneticamente distinto, não só do Painho-da-Madeira-de-época-fria dos Açores, mas também de todos os outros Painhos-da-Madeira do Atlântico Norte e do Pacífico. A combinação dessas diferenças (morfológicas, ecológicas, vocais e genéticas) levou a considerar que o Painho-da-Madeira-de-época-quente dos Açores era mesmo uma espécie distinta.
Frulho (Puffinus lherminieri baroli por Bonaparte, 1857 / Puffinus lherminieri baroli por Lesson, 1839)
Foto: PH Silva©Siaram
O Frulho era antigamente considerado como uma subespécie de Puffinus assimilis. Actualmente, considera-se que o Frulho é uma subespécie de Puffinus lherminieri baroli, endémica da Macaronésia.
Esta subespécie nidifica nos Açores, na Madeira e nas Canárias. Contudo o IOC considera tratar-se de uma espécie distinta de Puffinus baroli (Bonaparte 1857).
As colónias açorianas de nidificação desta espécie localizam-se em pequenos ilhéus desabitados, situados em Santa Maria (ilhéu da Vila, 50 casais) e na Graciosa (ilhéus de Baixo e da Praia, 50 casais em cada ilhéu), mas também nas falésias inacessíveis das ilhas principais, com a excepção aparente da ilha Terceira. Os ninhos artificiais colocados no ilhéu da Praia (Graciosa) permitiram a nidificação de alguns casais em ninhos artificiais.
Mamíferos
Morcego-dos-Açores (Nyctalus azoreum)
Foto: PH Silva©Siaram
É o único mamífero endémico do arquipélago. Trata-se da mais pequena espécie do género Nyctalus da Europa, com um comprimento corporal máximo de 54 mm, tendo apenas 35 mm de cauda. A sua pelagem é, geralmente, muito escura, clareando na região ventral. Esta espécie é uma das poucas no mundo que possui forte actividade diurna, o que se deve, provavelmente, à ausência de predadores. A sua distribuição está restrita aos grupos central e oriental do arquipélago sendo que na ilha de Santa Maria a sua ocorrência é bastante rara. Esta espécie está, actualmente, considerada em Perigo pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas do IUCN e as suas populações estão a decrescer rapidamente. O isolamento geográfico a que a espécie está sujeita constitui um dos principais factores de ameaça, tornando-a mais sensível quer a desastres naturais quer a outras ameaças como a perturbação de colónias e a alteração ou destruição de abrigos.
Artrópodes
Cracas-dos-Açores (Megabalanus azoricus)
Foto: ©ImagDOP/Universidade dos Açores
Megabalanus azoricus é um crustáceo que vive fixo ao substrato, formando em torno de si uma “muralha” calcária.
Esta espécie foi descrita em 1916 sob o nome sub-específico de Balanus tintinnabulum azoricus por Henry Augustus Pilsbry, numa monografia sobre os cirripedia existentes na colecção do Museu Nacional de História Natural (Estados Unidos) a partir de espécimes inicialmente catalogados como pertencentes à espécie Lepas tintinnabulum (Linnaeus, 1758). Após várias alterações de posicionamento taxonómico, em 1976, Newman & Ross propuseram a ascensão do subgénero Megabalanus à categoria de género, de que M. azoricus passou a constituir espécie.
Megabalanus azoricus foi durante muito tempo considerada uma espécie endémica dos Açores, mas foi comprovado que ocorre também no Arquipélago da Madeira.
Borboleta-da-couve-dos-Açores (Pieris brassicae azorensis)
Foto: Paulo A.V. Borges
Subespécie endémica dos Açores da Pieris brassicae presente em todas as ilhas.
Trata-se de uma borboleta que está associada às couves e é comum vê-las nos campos e hortas.
Escaravelho Cavernícula (Trechus terceiranus)
Foto: Paulo A.V. Borges
É uma espécie endémica dos Açores, mais concretamente da ilha Terceira.
Espécie troglóbia (i.e. com adaptações ao ambiente cavernícola), sendo conhecida de muitas cavidades vulcânicas. Trata-se de um espécie predadora de topo nos ecossistemas cavernícolas.
Aranha-creche (Pisaura acoreensis)
Foto: PH Silva©Siaram
Esta linda aranha é endémica dos Açores e existe em todas as ilhas com excepção da ilha do Corvo.
Trata-se da aranha endémica dos Açores de maiores dimensões ocorrendo na copa das árvores e nos prados naturais de altitude. Possui um grande polimorfismo de cores no abdómen sendo frequente observar-se as fêmeas a carregar os sacos de ovos.
Aranha do Cedro-do-mato (Savigniorrhipis acoreensis)
Foto: Paulo A.V. Borges
É também uma aranha endémica dos Açores, e assim como a aranha-creche encontra-se em todas as ilhas com excepção da ilha do Corvo.
Trata-se de uma aranha especialista que vive associada principalmente ao cedro-do-mato onde constrói as suas teias entre os folíolos.
Traça-da-urze (Argyresthia atlanticella)
Foto: Paulo A.V. Borges
Endémica dos Açores ocorrendo em todas as ilhas.
Trata-se de uma mariposa especialista em que as larvas consomem as folhas da urze (Erica azorica).
Os adultos vivem associados também ao cedro-do-mato.
Escaravelho-dos-fungos (Tarphius azoricus)
Foto: Paulo A.V. Borges
Endémica dos Açores ocorrendo nas ilhas das Flores, Faial, Pico, São Jorge, Terceira e São Miguel.
Trata-se de um escaravelho que vive associado a madeira em decomposição, alimentando-se de fungos. Frequente quer nas florestas naturais quer em matas exóticas.
Moluscos
Oxychilus furtadoi
Foto: PH Silva©Siaram
Pequeno zonitídeo endémico da ilha Terceira, membro do género que mais se diversificou no arquipélago. A concha é de cor dourada, semitransparente, mas o animal é colorido e apresenta marcas pretas e amareladas no manto e cores azuis e alaranjadas no pé.
Napaeus delibutus
Foto: PH Silva©Siaram
Espécie endémica, de concha comprida, que vive em São Miguel e no Grupo Central. Este género é bastante bem representado nos Açores e nas Canárias, estando ausente da Madeira, o que coloca interessantes questões de biogeografia.
Plutonia brumalis
Foto: PH Silva©Siaram
Semi-lesma endémica, que vive em São Miguel e no Grupo Central, excepto na Graciosa. Possui uma concha fina mas dentro da qual o animal não pode recolher-se. Carnívora, alimenta-se de outros moluscos e também de minhocas, que procura nos buracos distendendo longamente o pescoço.
Estes são alguns dos animais autóctones e endémicos dos Açores, segundo o Siaram. Qual foi o que mais te fascinou? Comenta aqui.
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