São Roque

São Roque é por coincidência o local onde trabalhamos, o que faz ainda mais jus à expressão: que grande azar trabalhar onde os outros se divertem! Vê aqui 11 coisas que amamos em São Roque.

Este local sempre foi conhecido por ser uma das zonas mais problemáticas de Ponta Delgada, mas está a mudar a uma velocidade “São Roquetiana”. Ao passarmos por certas zonas já não cheira a «roqueiras» mas sim a condomínio de luxo. É a gentrificação. A prostituição, droga e violência vão ter que esperar pela sua vez.

 

1. A Avenida do Mar

A seguir à ideia de construir um porto e um aeroporto, construir a Avenida do Mar foi a terceira melhor ideia para entregar uma grande obra a uma empresa de construção civil dos Açores. Mas o que importa é que se transformou num dos melhores equipamentos sociais que existem na cidade e na ilha. A relação com o mar, a paz, a tranquilidade. Enfim, se os turistas continuarem a vir a este ritmo ainda nos cobram entrada ou portagem.

 

2. O Forno da Cal

Depois de nos estendermos e rolarmos uma boa centena de metros chegamos ao Forno do Cal. O melhor banho público de Ponta Delgada. O Pesqueiro, mesmo no centro da cidade é Rei. E um Rei não se questiona, mas embarcações comerciais, turísticas, lazer, desporto, etc., passam muito próximo. Ao passo que no Forno da Cal é mar bravo. Chega a assustar quando a onda bate no pontão com violência e respinga sobre nós como um chuveiro.

 

3. Os restaurantes

Hoje são a conta que Deus fez. 1. Galego, 2, Mariserra, 3. Cais 20. Se estes não são dos melhores restaurantes de São Miguel, então que desliguem a Internet. Pronto, é claro que existem muitos bons restaurantes na nossa ilha, mas saber que podemos ir passear para São Roque entrar em qualquer um destes estabelecimentos e desfrutar de um momento e vista inigualáveis é um condomínio. Perdão, é um luxo.

 

4. Mini Praia do Ilhéu do Rosto do Cão

Se conseguir sobreviver ao almoço e atravessar o passadiço de madeira por cima do Forno da Cal é porque está a chegar ao céu. A vista é deslumbrante de qualquer ponto, mesmo deitado no chão com uma cólica gástrica. Quando a maré está baixa forma-se uma mini praia, a mini praia que consegue ser ao mesmo tempo a mini praia menos falada e mais fixe de Ponta Delgada, da ilha, dos Açores, do mundo. Se calhar acabamos de estragar a mini praia mais fixe do mundo. O que nos vale é que mais coisa, menos coisa, alguém o faria.

 

5. Ilhéu de São Roque

A aventura continua, com uma vista distinta, mais elevada, mas igualmente apaixonante. Se adjectivo pagasse imposto já não estaríamos aqui a escrever este artigo. E talvez se a entrada fosse paga veríamos lá mais pessoas, mas como é grátis, ninguém lá vai. É aproveitar até ao dia em que o que acabamos de dizer deixar de fazer sentido.

 

6. Figos da Índia

Pelo caminho do Ilhéu vai encontrar Figos da Índia, uma fruta exótica, carregada de letras do alfabeto de coisas boas. Experimente. Experimente por exemplo não se chegar a um metro desta planta!, ou sequer tocar directamente no fruto. Não lhe vai matar, ou enviar para o hospital. É só e tão simplesmente a impossibilidade de sair desta operação sem ficar com um espinho cravado nos dedos. Apenas lamentamos se desafiar esta lógica. Porém, o fruto é incrível. Será um sinal de inteligência e astúcia se conseguir que alguém os apanhe por si. Na falta destes argumentos, use dinheiro.

 

7. Passagem “secreta”

Esta é também uma informação que vale dinheiro. Ao descer do ilhéu encontra pela direita uma passagem mesmo junto ao mar. É uma espécie de marginal pedonal, protegida pela ilhéu, que se encontra tão próximo que quase que dá para lhe tocar. Um dia ainda vamos arranjar um bom motivo para ter que passar por lá todos os dias, ou para lhe tocar. Uma das duas pelo menos.

 

8. Porto da Corretora.

E pouco depois chegamos ao “Porto” de São Roque, as aspas dizem que já não é um porto. O resto diz simplesmente que não nos importamos, até agradecemos que já não seja um porto e seja o sítio mais inesperado da cidade para se dar um mergulho, com água filtrada pelo Ilhéu e o céu ali tão perto. Não se distraia e continue a boiar.

 

9. A Casa do Pauleta.

Não podemos entrar, não existem visitas guiadas e a casa até que não é nada de especial, mas saber que o Pedro viveu ali e provavelmente passeou por todos os recantos que estamos a descrever neste artigo enche-nos a alma. Também nos enche a alma o facto de a casa onde viveu não ter passeio e a sorte que precisou de ter para que nenhum carro lhe tenha pisado os famosos pés. Principalmente o direito.

 

10. Avenida do Mar II

É como qualquer sequela, nunca é tão boa como o original. Mesmo assim, adquire um estatuto imperial, é um pouco como uma das ruas principais que nos leva até Buckingham Palace, pouco interessa como se chama, o que interessa é que nos leva até à…

 

11. Praia de São Roque.

Estávamos afincadamente a acabar este artigo quando alguém da nossa equipa editorial perguntou se iríamos mesmo falar da Praia de São Roque, a nossa praia. Olhamos uns para os outros e nem sequer foi preciso ir a votos. Somos uns egoístas, não somos?

São Roque tem muitas mais coisas espectaculares, mas o feijão assado estava no forno e alguém tinha que lhe por um olho. E só para dar ainda mais inveja aos leitores, comemos a feijoada no parque de merendas do Miradouro do Ilhéu do Rosto do Cão.

Agradecimentos: Diodato Rebola, Alvarins Gadanha, João Ceguinho, Gilberto Sem Perninas, personagens que São Roque não esquece.

 

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